sábado, 23 de julho de 2016

Torchwood - Review (com spoilers de uma série acabada em 2011)

Há muito tempo eu sou fã de Doctor Who e estava muito curioso para ver o spin-off da série, Torchwood, que já nasce com uma história bacana, visto que Torchwood é um anagrama para Doctor Who e que esse era o nomes que o pessoal que queria reviver Doctor Who em 2006. Ou seja, top secret na BBC. E bem, com o sucesso que Doctor Who acabou fazendo, vieram os spin-offs. Para histórias mais infantis veio The Adventures of Sarah Jane Smith. E para temas mais pesados, veio Torchwood, com o personagem de Doctor Who, Jack Harkness.

Russel T. Davies é um cara que quando eu vejo um trabalho dele eu reconheço, seja pela direção, roteiro ou pelo estilo do cara mesmo. E vi muito disso em Torchwood e já adianto: foi difícil ver as duas primeiras temporadas de Torchwood que para mim tiveram poucos altos e muitos baixos. A começar que pareceu-me muito com a primeira temporada da nova série do Doctor Who, com o Christopher Eccleston e essa é a temporada que eu menos gosto. Já vi muita reclamação com relação a algumas histórias com o David Tennant, com a Martha, e eu digo plenamente que gostei de todos os episódios com o Tennant.

Acho que isso se deve ao fato do David Tennant. Seu doutor é um dos mais carismáticos, energético, engraçado, um dos melhores sem dúvida. E em Torchwood temos apenas o capitão Jack Harkness que apesar de também ser carismático e engraçado, não é a mesma coisa que o excêntrico e divertido doutor.

E sinceramente eu gostei quando o Tosh e a Owen morreram, para mim eram os personagens mais chatos. Mais chatos até do que o Ianto que servia mais de faz-tudo em Torchwood do que outra coisa. Owen até teve um desenvolvimento interessante, especialmente com o negócio dele ser um morto-vivo. E a Toshiko teve bons episódios, mas na maior parte do tempo eu não via uma química entre os atores que justificasse uma paixão entre os personagens, pelo menos da parte da Tosh, e não os via encaixados com os outros personagens. Só com o Jack.
E antes que eu me esqueça, Jack e Ianto são o casal gay mais legal que eu já vi na TV.

E então veio a terceira temporada com Children of Earth e cara, eu adorei essa temporada. A série seguia um caso por episódio e estava enchendo o saco isso. Doctor Who diversas vezes seguiu esse modelo, mas era algo divertido, ou dramático ou com reviravoltas. Os roteiros de Torchwood sempre me pareceram que eram ideias que foram descartadas para Doctor Who. E Children of Earth é digno de Doctor Who, com momentos de alívio cômico bem vindos, cheio de carga dramática boa, um roteiro bem estruturado, reflexões, ou seja, só o melhor de Russel T. Davies.

E então tivemos Torchwood Miracle Day. A maioria dos blogs que eu vi não gosta de Miracle Day e eu vi que muitos fãs também não, dizendo que a parceria com a Starz deixou a série muito descaracterizada. Bem, vejamos, na temporada anterior, só DOIS membros da equipe sobreviveram, e isso porque um deles, Jack Harkness, é imortal. A base deles foi destruída, ou seja, tudo que era governamental ou do tipo com o nome Torchwood acabou. Então é meio óbvio que iria ter que mudar bastante coisa.

E também vi gente reclamando que a trama não tem algo muito alienígena, bem, sinceramente, eu agradeço por um pouco mais de criatividade, porque ainda nos deparamos com algo bem sobrenatural que é o fato de que as pessoas param de morrer no mundo inteiro e há muita reflexão, debate, valores morais questionados, tudo por causa de um mundo em que as pessoas simplesmente não morrem. E foi muito boa a meu ver. Os personagens introduzidos, o detetive da CIA Rex Matheson, a doutora Vera Juarez, Esther Drummond, que foram colocados para substituir Owen, Tosh e Ianto, meu, eu sinceramente achei os personagens e os atores bem melhores que seus antecessores.

E os efeitos especiais e cenas de ação estão melhores que nas temporadas anteriores graças a um orçamento maior e vi gente reclamando disso porque era mais uma perda de identidade. Mano, eu não entendo como algo ruim possa ser uma identidade. Os efeitos de Doctor Who a alguns anos eram um lixo e se você compara as temporadas do Peter Capaldi com as do David Tennant, mesmo com as do Matt Smith, você nota uma melhora clara e para mim mais do que bem vinda, mostra não só algo mais agradável e bem feito, como também comprometimento e esforço com a série.

E tivemos mais uma dose de Russel T. Davies que para mim se teve algum corte no roteiro, eu só encaro com as pontas deixadas soltas para uma nova temporada e aquela introdução no final do amor do passado do Jack que remete às três famílias, que teriam causado a parada de mortes no mundo, o evento chamado de milagre. Miracle Day. Ou o fato de terem tornado o Rex imortal também.
E também acho uma má ideia matar a doutora Juarez e a Esther, não só porque me apeguei às personagens como muita gente se apaga às companions do doctor, mas também por terem acabado de serem introduzidas para supostamente formar uma nova equipe Torchwood. Mas não acho que deva reclamar muito, pois as mortes foram todas bem feitas e escritas e isso é algo que eu sempre admirei em Russel T. Davies. Ele sabe matar bem tanto quanto George R. R. Martin. Ele só não matou o doutor e Jack porque eles são peças fundamentais e... Bem, imortais não? O Doutor pode morrer, mas sabemos que ele irá se regenerar.

E eu acho que é isso que nos faz muitas vezes nos apegamos aos personagens secundários. Pois nós sabemos como esses personagens se relacionam com os outros. Eles não podem morrer, então se preocupam bem mais com seus amigos e quando eles morrem, o sofrimento acaba sendo maior e isso é passado para o telespectador.

Eu senti bem mais, chorei, pelas mortes ocorridas em Children of Earth e Miracle Day do que qualquer outra morte de membros da equipe nas outras temporadas da série.
Eu não reclamo dessa nova roupagem em Torchwood. Olhe Doctor Who com Peter Capaldi. Olhe Doctor Who com Christopher Eccleston. Olhe Doctor Who com Paul McGann, ou com Colin Baker, Tom Baker, William Hartnell... São todos diferentes, alguns tem diferenças gritantes visualmente, pelas histórias ou pelas personalidades em seus doutores. Mas mesmo assim, mantiveram várias coisas da série.
Com Torchwood não foi diferente. Ainda temos membros recrutados por Jack. O próprio capitão Jack Harkness é um ponto que não mudou nunca na série assim como seu casaco militar. Ainda temos Gwen Cooper que teve um desenvolvimento muito bom, com a filha nascendo, seu marido Rhys e também o amigo policial Andy, todos muito bem interpretados e com mais espaço, o que foi muito legal de se ver. Especialmente do Rhys. E é claro, ainda temos uma equipe de especialistas em suas áreas lutando contra algum grande mal. Males que em Children of Earth e Miracle Day fariam o próprio doutor coçar a cabeça sem saber como solucionar tudo.
E termino dizendo que eu não vi a sede da Torchwood se mudando para os EUA. Porque não tem sede nenhuma, foi tudo destruído, e quer goste ou não, eu achei isso muito bom, foi uma ousadia bem feita e que não comprometeu com a criação de uma boa história.

Recentemente, John Barrowman, o ator que fez o capitão Jack, disse que está negociando para trazer Torchwood de volta à TV. Não sei como vai ser, aliás, ninguém fora do projeto sabe, será que seguirão com as histórias feitas em animação e áudios? Ou vão simplesmente tentar algo novo parecido com a volta de Doctor Who em 2005? Teremos a volta da Gwen? E quanto a Rex Matheson, o outro imortal? Ou vão ignorar que Miracle Day existiu de tamanho desgosto que foi recebida?

Vejamos como vai ser.
Só sei que se fizerem uma nova temporada, que tenha pelo menos um ÚNICO episódio com aparição do doutor. Foi muito broxante quando ouvirmos o som da TARDIS dentro da sede da Torchwood no final da primeira temporada e... E é só isso. E a Martha Jones lá, apesar de legalzinha, pareceu muito com um prêmio de consolação. Premiando aqueles que queriam o doutor aparecendo em Torchwood e tiveram que se contentar com a Martha, que apesar de eu gostar da personagem e da atriz, é uma das companions mais impopulares da série, diga-se de passagem.


sábado, 16 de julho de 2016

Nowhere Boys - Crítica de uma série australiana

Você já viu sotaque de australiano? É muito interessante de se ouvir. É diferente do britânico e do sulista dos EUA que você ouviria de algum caipira do Texas. Alguns acham que é mais difícil de se entender, eu sinceramente acho mais fácil porque eles acentuam mais, por isso também que eu prefiro conversar em inglês com um mexicano, um chinês ou um indiano, pois provavelmente eles vão forçar mais alguns sons que um inglês não faria e consequentemente eu vou entender melhor justamente por causa dessa forçação.

Mas vamos ao que interessa de fato: Nowhere Boys.
Não confunda com Nowhere Boy, o filme do John Lennon.

Nowhere Boys é uma série adolescente que eu vi que tinha na Netflix, a trama me interessou: quatro rapazes se perdem no meio de uma expedição na floresta e precisam fugir de um furacão que surge sem mais nem menos. Quando eles voltam para a cidade, se deparam com uma cidade em que é tudo igual ao que eles se lembravam exceto pelo fato deles nunca terem nascido. Isso mesmo. Eles voltam para casa, encontram amigos, suas casas, família, mas está tudo diferente, pois eles nunca nasceram.

A premissa é bem bacana e chama a atenção, mas desenvolver é outra história. O desenvolvimento é cheio de clichês, mas a série se salva por ter um ritmo bastante acelerado e um humor que domina o tempo todo. Um humor bem feito que é resultado das relações entre os personagens e seus desenvolvimentos. O elenco nesse quesito tá de parabéns. Você sente empatia pelos personagens como em Sense8. E isso só é possível graças ao elenco. Não há nenhum roteiro ruim que não resulte num bom filme com os atores certos. Especialmente se os atores estiverem gostando da experiência, como parece ser o caso.

Dougie Baldwin interpreta Felix, um garoto gótico que mexe com misticismo, Joel Lok que faz Andy Lau, um descendente de asiáticos ingênuo e nerd, Rahart Adam interpreta Sam Conte, o garoto bonitão e popular que tem uma namorada que todo mundo no colégio gostaria de ter, e Matt Testro faz Jack Riles, um garoto com raiva da vida e antissocial. Personagens até que padrões em tramas adolescentes, mas que são bem usados, de uma maneira que não fica na superficialidade.

É muito legal de se acompanhar a série por dois pontos: o mistério é claro, e como eles vão resolver tudo isso para voltar ao mundo como eles conhecem e também ver como é que anda a vida das pessoas próximas a eles sem que eles nunca tenham nascido. Que decisões os pais podem ter tomado por causa dos filhos? Ou os irmãos? Amigos? Namorada?

A série, apesar de bastante premiada, já não se encontra mais no catálogo da Netflix, o que é uma pena, pois ficamos sem a continuação da segunda temporada. Tudo bem que aí a série pareceu caminhar demais para clichês no final, mas, talvez, se bem executado, seja perdoável e legal de assistir. Afinal, não são muitos episódios e todos duram menos do que trinta minutos. Estou ansioso para encontrar em algum lugar a segunda temporada e também o filme que saiu em janeiro deste ano (2016).

Assista Nowhere Boys sem medo de ser feliz. Não é uma trama complexa digna de Emmy como Game of Thrones, mas vai preencher bem o seu tempo.

sábado, 9 de julho de 2016

Melhores Canais Musicais no YouTube 5

Desculpe que as listas estejam com nomes diferentes, sendo que tem "os melhores músicos" e não "os melhores canais" e tem também uns que é "no YouTube" enquanto que tem aqueles que são "do YouTube", mas enfim, os links tão aqui como sempre, não esqueça de conferir, assim como não deixe de ver os canais selecionados para está lista.
-http://walterlino-waltrinia.blogspot.com.br/2014/01/os-melhores-musicos-no-youtube.html
-http://walterlino-waltrinia.blogspot.com.br/2014/06/melhores-canais-musicais-do-youtube.html
-http://walterlino-waltrinia.blogspot.com.br/2015/02/melhores-canais-musicais-do-youtube-2.html
-http://walterlino-waltrinia.blogspot.com.br/2015/05/melhores-canais-musicais-no-youtube-3.html
-http://walterlino-waltrinia.blogspot.com.br/2016/04/melhores-canais-musicais-do-youtube-4.html
Se prepare que a lista dessa vez é um pouco mais comprida do que o normal.

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-Juliana Vieira

Finalmente temos uma brasileira nesta lista e, saindo um pouco do padrão piano-violino que eu sei que domina essas listas que eu faço, temos uma guitarrista. A garota é jovem e já demonstra muito talento, encantando tanto brasileiros quanto gringos, o que justifica a quantidade dos comentários no vídeo de respostas que ela fez, em que uns fãs ali pediam para que ela colocasse legendas em inglês. Seguindo o padrão dos canais que eu coloco, ela faz ótimos covers. De bandas e artistas que com certeza você já ouviu falar, como AC/DC, Linkin Park e Avril Lavigne. Destaque também para sua técnica na guitarra. E ela tem dedicação, vi vídeo dela de 4 anos atrás. E vou te contar, tem vídeos de músicos que eu acho muito bons, mas me decepciona quando o canal não é atualizado há um ano ou mais.
Recentemente ela lançou um vídeo com uma música original, o que eu também acho muito legal, quando alguém famoso por covers passa a fazer também suas próprias músicas, mesmo que só no instrumental, como é o caso da já vista neste blog, Taylor Davis. Enfim, não deixe de ver o canal dela e apoiar pessoas que fazem arte no Brasil.

-Filip Jancik

Eu não entendo. O cara é super-habilidoso, tocou em várias partes do mundo, tem dois vídeos que claramente contam com uma produção que gastou um dinheirinho aí... E mesmo assim o canal do cara tem menos do que 5 mil inscritos. Ele continua a tocar em outros países. Mas, como eu disse, só dois ou três vídeos que eu vi uma produção mesmo. O resto é gravação dele no palco. Seria legal se ele gravasse mais vídeos originais, mesmo que sendo covers como os que ele fez. Mas enfim, o cara é muito talentoso e vale a pena conferir o trabalho dele.

-IAmDSharp

Mais um violinista, e esse também manda muito no instrumento. DSharp, esse estadunidense, que além de violinista é DJ e cantor, tem uma pegada em seus covers bem hip-hop, música eletrônica e clássica, numa combinação que fica muito boa. Os vídeos dele também são muito bem produzidos, e sim, eu acho que talento não precisa de uma baita câmera com luzes e cenários exuberantes, que pode fazer gravar no celular no canto do seu quarto sim, mas uma produção bacana ajuda, especialmente se quiser fazer o canal crescer, mostra dedicação e que está fazendo sucesso.
Recomendo muito o canal desse cara que já tem um pouco mais do que 450 mil inscritos. Você não vai se arrepender. Esse cara tem uma bagagem grande de experiencia e provavelmente literal também, já que ele já tocou em vários países no mundo inteiro, Austrália, Europa e Ásia. Iniciou sua carreira em 1999 e hoje é também produtor e compositor, veja só.

-Jenny Kaufmann

Se temos mais um violinista, então teremos mais uma pianista, dessa vez é a jovem Jenny Kaufmann. A garota está em quase todos os seus vídeos na mesma posição no piano com um boné na cabeça, mas o que chama mesmo a atenção é o seu talento para a música. O dedilhado dela é muito bom e o som é bem agradável de se escutar. Por enquanto o canal dela tem apenas 34 mil inscritos, mas eu acho que é só questão de tempo para ficar mais popular, porque, sinceramente, ela toca demais no piano. O que eu gosto dessas listas agora é que antes eu ficava falando só de canal que já era bem popular e agora eu também fico indicando canais que não tem muitos inscritos e eu acho que vale mais a pena fala e divulgar esses (mesmo este blog não tendo muitos seguidores).

-metalsides

O violinista Daniel Jang (asiáticos realmente tem lugar garantido nessas listas), estadunidense descendente de taiwaneses, Daniel, do canal metalsides, toca desde covers de músicas famosas a músicas clássicas, além de gravar vlogs e behind the scenes. Todos os seus vídeos são muito bem feitos e o cara tem uma qualidade incrível no instrumento. Seu canal já tem mais de 35 mil inscritos, vá se juntar a eles, você não vai se arrepender. Ele toca desde que tinha apenas 7 anos e também sabe tocar piano e guitarra.

-TheSnakerCharmer

Variando um pouco o instrumento, chegamos aqui com uma gaita de foles. Isso mesmo, e se você acha exclusivamente que o som desse instrumento é irritante ou algo do tipo, isso é porque você nunca ouviu está garota da Índia tocar. Interessante o nome do canal, que é o mesmo nome de uma obra de Jean-Léon Gérôme, que mostra um cenário na Índia. Ou talvez seja inspirada na música mesmo que tem esse nome também. O canal demora para postar novos vídeos e conta hoje com um pouco mais de 4 mil inscritos. Eu recomendo altamente que você se inscreva, pois poderá acompanhar o crescimento de uma talentosa artista.

-Amadeus - The Electric String Quartet

Quatro mulheres lindas, duas tocam violino e cuidam do vocal (Andreea Runceanu e Bianca Gavrilescu), uma toca cello (Patricia Cimpoiasu), a outra toca piano (Naomi Anelis), juntas elas formam uma banda. Uma das melhores ideias que eu já vi para banda. Criada no ano 2000, essa banda já lançou álbum, tocou em festivais e shows no mundo inteiro, Amadeus-The Band (quando contam com uma banda com outros instrumentos), ou Amadeus-The Eletric String Quartet (quando é só com elas), o que mostra que elas já tem muuuuita experiência desde antes de começarem um canal no YouTube em 2010. Elas tocam na maior parte do tempo músicas originais com muita inspiração clássica, mas há também os covers. Veja por si mesmo junto aos mais de 42 mil inscritos delas.
Vale dizer também que elas são muita famosas na Romênia, que é o país de origem delas, já tendo aparecido na TV, nos jornais, revistas e representando a música romena em vários concertos.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Filmes de Famílias Disfuncionais para Assistir com a Família

Hoje venho aqui com uma listinha de filmes que vão agradar a toda família e que poderiam muito bem passar na Sessão da Tarde (embora alguns teriam que ter umas partes cortadas, mas a Globo sempre corta alguma coisa de qualquer jeito). Eu fiz está lista me baseando em famílias disfuncionais em filmes que eu gostei. Ou seja, que eu assisti, portanto eu deixei de fora por exemplo, Juno, mas acho que vão gostar mesmo assim da lista.

-A Origem da Vida (Jesus Henry Christ)

A história é sobre um garoto superdotado, muito curioso e inteligente, que vive questionando um monte de coisas, inclusive a existência de Deus... Dentro de uma escola religiosa. Na frente de todos os estudantes que creem em Deus.
A mãe, interpretada por Toni Collette (de United States of Tara e O Sexto Sentido) é uma mãe solteira que vive estressada e que sente orgulho pelo filho ao mesmo tempo que gostaria que ele arranjasse menos confusão, mas mesmo assim não deixa de apoiá-lo.
O garoto acaba descobrindo pelo avô que ele nasceu de uma inseminação in vitro e nisso ele parte atrás de seu "pai" que é um professor universitário que vive anotando suas ideias em post-its. E nisso eles também encontram a "irmã" dele, que é uma garota que sofre bullying na escola e que ficam chamando-na de sapatão.
Uma comédia que parece que quer levar o espectador a refletir sobre alguns aspectos da vida, mas que para mim, não alcança o objetivo. Valeu pelo esforço, pessoal. Mas não deixa de ser um filme bom, dá para passar o tempo, tem umas ideias boas e eu diria até, atores de bastante destaque, os mirins, que são o garoto interpretado por Jason Spevack e sua irmã, interpretada por Hannah Brigden. Ah, e não posso deixar de citar o ator que faz o "pai" dos dois, Michael Sheen (Meia Noite em Paris, Masters of Sex, Crepúsculo).

-Pequena Miss Sunshine

Quem não conhece esse filme maravilhoso? Com Toni Collette interpretando mais uma vez uma mãe que passa por muito estresse altas doses de loucura com seu marido igualmente estressado, seu avô meio rabugento, mas de bom coração, irônico e com comentários maldosos que quem vê de fora ri porque não é com ele. O filho que decidiu não falar mais nada e fica escrevendo num bloquinho para se comunicar e que tem o sonho de ser um piloto. Um tio, interpretado por Steve Carell, que já mostrou que não é um ator só de comédia, e que pode até te tirar umas lágrimas, que é homossexual e que tentou cometer suicídio.
Interessante notar que o papel de Steve Carell já foi pensado primeiramente para Bill Murray (que recusou o papel e já disse que se arrepende disso) e também para Robin Williams (que Deus o tenha). E isso não tem haver com o filme, mas agora eu fico temendo que Bill Murray se mate como o Robin Williams, porque os dois arrancam risos da gente, mas não tem risos dentro de si. Depressão é algo foda.
Mas saindo um pouco da bad, e ela é boa nisso, temos a atriz Abgail Breslin, uma garotinha muito fofa e curiosa que consegue se classificar para o concurso de Pequena Miss Sunshine, o que obriga a família, para realizar o sonho dela, viajar para a Califórnia onde o concurso será realizado. Viagem em uma kombi que só dá problemas e mais problemas.
É uma comédia e ao mesmo tempo um drama, que foi o que eu mais prezei nessa lista. Ou ao menos procurei.

-O Que nós Fizemos no Nosso Feriado

Esse filme eu só assisti por causa do David Tennant. Não nego. E eu achei inicialmente que era uma comédia romântica, até eu ver como a família feita pelo eterno 11º Doctor e pela atriz Rosamund Pike, que faz a mulher divorciada do personagem, lidam com seus três filhos. Sim, um casal separado que não aguenta um ao outro que tem uma filha que fica anotando tudo, como a menina que tem pedras de estimação e faz questão de levá-las para a viagem em que visitarão o avô na Escócia, o filho que quer ser um viking e que acredita e reza para os deuses, e por fim, uma filha que fica anotando tudo que acha que pode ser importante, como as mentiras que deve contar, entre elas, a de que seus pais ainda estão juntos.
Sim, pois o patriarca da família tem problemas cardíacos e o casal fingirá que está unido e feliz só para não estressar muito o velho, que está fazendo aniversário. E nessa família temos ainda o irmão do pai das crianças, que só liga para as aparências, sua esposa que esconde a depressão e que é uma bomba-relógio de emoções, e o filho deles, que a única coisa que faz é obedecer o pai.
E neste filme, com nome que parece filme de terror de grupo de adolescentes com um serial killer genérico, eu me encantei, ri muito com as cenas, e até me emocionei.

-De Bico Calado

O filme já começa bem. Com uma mulher que é pega na estação de trem porque seu baú estava com dois cadáveres destroçados, ao que ela explica que são seu marido e a amante dele e pergunta para os policias o que mais ela poderia fazer. Detalhe que ela estava grávida.
Essa parte é seguida pela história que se quer contar, que é a de uma família prestes a acabar. Os britânicos tem um humor que me agrada, embora eu entenda que outras pessoas, especialmente se acostumadas com o humor americano, não irão gostar muito ou vão estranhar a ponto de não conseguirem aproveitar o filme.
A família em questão é a de um vigário, interpretado por Rowan Atkinson, sim, o Mr. Bean, que é muito importante na cidade deles no interior da Inglaterra, mesmo tendo um pensamento lendo e até ingênuo (não ao ponto de ser ingênuo como o de Mr. Bean) e que tem uma esposa que planeja fugir com seu amante que é um instrutor de golfe americano, deixando para trás seu marido que se distanciou tanto dela, e de seu filho que sofre bullying na escola e sua filha adolescente que todo dia aparece com um namorado novo (com quem transa, claro).
E no meio disso tudo chega uma governanta, interpretada por Maggie Smith (professora Minerva para aqueles que não sabem quem é a atriz) que fará de tudo para unir essa família novamente. Mesmo que seus métodos não sejam muito ortodoxos e aos poucos essa que parecia uma Mary Poppins vai ficando mais e mais assustadora, o que lembra muito a historia do filme "Mamãe é de Morte", mas mesmo assim é bom para passar o tempo.

-Os Simpsons - O Filme

Como poderia fazer um filme de famílias cujos problemas são o que provoca risadas em famílias na vida real, sejam pelos absurdos, pelas piadas ou pela semelhança com a vida real de alguns problemas, como uma mãe que esconde o estresse em resmungos enquanto faz todo o trabalho doméstico, uma filha insegura obcecada em estudar e questionar, um filho que não vai bem na escola e só sabe fazer traquinagens, um marido que é preguiçoso, guloso, gasta dinheiro com bobagens, viciado em TV, cervejas e age como um idiota? Isso sem contar o bebê.
Os Simpsons, não é à toa que são a série de desenho animado mais duradoura. E conseguiram um filme, um filme que eu assisti aos 12 anos eu acho, e mesmo sem pegar todas as piadas que tinham conteúdo mais adulto e tal, eu lembro que foi um dos filmes em que eu mais ri na vida. E as sirenes na sala de cinema só ajudavam, tipo aquelas risadas que ficam no fundo nas séries de comédia.
Sem isso, The Big Bang Theory já teria acabado a muito tempo. Sério, o que eles ainda fazem com novos episódios? Até Two and a Half Man já acabou. Tipo, Simpsons continua a mesma coisa e isso pode se tornar enjoativo, mas ainda tem qualidade e não baixou o nível.

domingo, 3 de julho de 2016

Adeus Person of Interest e Obrigado por Tudo

Tem muito assunto que merece o famoso textão. Mas eu vou falar de uma série de TV porque... Porque eu quero mesmo. Muita gente provavelmente vai fazer isso quando terminar Game of Thrones (talvez eu esteja entre eles), mas vou falar de uma série que poucos conhecem: Person of Interest.

Criada por Jonathan Nolan (irmão de Christopher Nolan), a série foi feita com uma equipe muito competente que contou ainda com J.J. Abrams e Ramin Djawadi na trilha sonora.
O enredo é sobre uma máquina que nos vigia o tempo todo e assim pode prever ataques terroristas e crimes (meio Minority Report), mas o governo dos EUA, que tem a Máquina, não faz nada para os crimes menores, chamando os envolvidos de irrelevantes. Seu criador, Harold Finch, decidi salvar os irrelevantes, junto com John Reese, um ex-agente da CIA. Entre os obstáculos, terão que se esconder do governo, da polícia e a pessoa que a Máquina indica para eles pode ser tanto a vítima quanto o assassino.

A história foi bem desenvolvida ao longo de suas 5 temporadas, sempre buscando ao máximo sair do modelo do "caso da semana", embora nem sempre possível, seja pelo roteiro, pela ideia inicial ou pelo desejo da emissora, a CBS.

E nessas temporadas houve muita história boa. As histórias de origem de cada personagem, o desenvolvimento delas, o grupo de policiais e políticos corruptos do RH, os hackers que buscavam expor a verdade ao mundo: Vigilância, a nova máfia liderada por Dominic contra o império criminoso do já antigo, estabelecido e respeitado, Elias. Sério, teve muito arco duradouro e legal, com finais muito insanos, para uma série que se apresentava num modelo de CSI. E isso porque nem falei do Samaritano, a IA concorrente à Máquina.

Realmente, eu gostei muito de cada personagem da trama, fosse ele herói, mocinho, vilão, anti-herói, porque a Root que se mostrava como uma louca maníaca se mostrou uma aliada de importância inimaginável, Finch mostrou que tem seu lado maligno, Fusco foi o maior exemplo de redenção da série, Elias, mesmo fazendo o mal e tendo ações condenáveis, mostrou que possui também uma bússola moral. E cada morte que aconteceu na série não foi uma morte gratuita, uma morte que apareceu só porque os roteiristas estavam sem ideias, teve um significado, um antes e um depois da morte desse personagem.

Fora todas as reflexões e debates que a série trazia. Ética, moral, será que o governo pode vigiar nossas vidas desse modo? Mesmo que seja para um bem maior? E deixar tudo para uma máquina? É realmente seguro? Ou mesmo certo? Os fins podem justificar os meios? A verdade, mesmo que perigosa, deve ser mantida em segredo ou revelada?

Os temas na maioria das vezes era sobre crimes, terrorismo, exército, CIA, segredos do governo estadunidense, tecnologia, polícia, enfim, tudo que era esperado para Person of Interest. Mas o modo como eles abordaram o tema humano foi surpreendente. As tramas humanas, sem algo relacionado com o mundo moderno de hoje ou sobre privacidade, apenas as histórias humanas, mostraram-se dignas de nota.

Adeus Person of Interest. Essa série tornou esses últimos anos meus bem mais interessantes. Obrigado. #TeamMachine