A Netflix quando investe numa série investe para que seja de qualidade, todo mundo sabe disso. Desde suas mais famosas indicadas ao Emmy Awards como house of Cards e Orange Is The New Black, até as menos conhecidas deles são excelentes. E quando anunciaram Demolidor, a expectativa foi enorme. Ainda mais porque junto com ele Luke Cage, Punho de Ferro e Jessica Jones iriam ganhar posteriormente suas séries.
A Marvel só vinha produzindo filmes de qualidade e ganhando mais fãs e expectadores enquanto a DC em queda que só era salva pelos quadrinhos (claro) e pelas mídias como vídeo-game, desenhos e séries, como Arrow, Gothan e mais recentemente The Flash e futuramente Super-Girl.
Eu assisti a série Demolidor e irei falar dos aspectos que achei bons, dos neutros e dos maus.
Bons:
-Sangre e Violência
Os quadrinhos do Frank Miller tinham sangue, eram maduros, pesados e a série trouxe isso de forma a não ficar exagerada, apenas realista o máximo que queriam. Todo o sangue (estou usando repetidamente essa palavra porque aparece muito na série), a porradaria pra valer, o drama sério, essas coisas não se vê nos filmes da Marvel que também pensam em ser algo "de família". E isso é bom, dar algo inédito para os fãs.
-Redenção
O filme com Ben Affleck (que recentemente vem conseguindo parar se ser o ator-piada com seus últimos filmes) deixou um gosto amargo. O filme do Demolidor foi recebido bem negativamente e com a falta de público o personagem ficou fora do radar alcançado por Homem Aranha, X-Men e outros que qualquer um que não leu os quadrinhos ou viu os desenhos ao menos conhecia de nome.
Agora muito mais gente sabe quem é o advogado cego justiceiro com sentidos super-aguçados que praticamente livram de Matt Murdock a necessidade de enxergar. É sério. Vê um cego nessa série atirando com um arco e flecha nem fica cômico.
-Universo Marvel
O universo Marvel continua interligado e unido. Assim como em Agent's of Shield, mas enquanto que com os agentes da Shield a conexão é gritante (só o fato deles serem agentes da Shield já é gritante por si só), em Demolidor quase não vemos a conexão, e quando a vemos é muito bem feita e com descrição, assim como os filmes solo dos heróis da Marvel, dando uma identidade própria para a série.
-Atores
Os atores selecionados mais uma vez foram excelentes. Já ficou no passado o negócio de pegar ator qualquer para filmes de super-heróis. Nenhum deles é lá muito famoso como Scallet Johanson ou Samuel L Jackson, mas isso não quer dizer que não sejam de qualidade. Charlie Cox faz um ótimo Deridevil, ele nem precisaria fazer muito esforço para ser melhor do que foi o Ben Affleck, mas aqui ele mostrou que é foda. Deborah Ann Woll, Elden Henson , Vincent D' Onofrio e demais atores também estão de parabéns por darem vida no cinema aos seus personagens como O Rei do Crime e Ben Urich tão conhecidos pelos marvetes. E eu fico feliz que a clausura nos contratos deles permitem que eles apareçam nos filmes.
-Roteiro
A história é cheia de surpresas. Todas as personagens são muito bem desenvolvidas, os conflitos e relações não são forçadas, acontecem de forma natural. O humor também é característico dos filmes da Marvel, com bastante diálogo, ironia e tal. O Rei do Crime se mostrou um vilão muito inteligente que sabe antecipar seu inimigo.
-Sem Encher Linguiça
Um dos problemas de Arrow na terceira temporada e de The Flash foi que são séries longas. Arrow tinha toda a história da lista de nomes do pai dele na primeira temporada e seu passado na ilha na segunda, além do Slade. Na terceira... Sem um elemento do passado de Arrow eles ficaram preenchendo com o que parece qualquer coisa para ocupar o tempo. E assim eu vi também nos episódios de The Flash.
Demolidor não é assim. Sem muitos episódios, com ganchos, mas não muitos, a série sabe utilizar bem o tempo e o que fazer nele.
-Sem Investigação por Episódio
Uma das coisas mais chatas é quando uma série de alguma premissa interessante vira série policial. Fica chato quando todas decidem fazer isso. Um episódio, um caso. Fora que tem gente que não gosta do estilo CSI. E Arrow e Flash ficaram assim, um episódio, um vilão. Gothan não conta, pois é uma série investigativa, afinal é a história do coronel Gordon na policia. Eu fiquei aliviado ao ver que Demolidor não seguiu para esse rumo. E as chances eram grandes com Murdock e Foggy sendo advogados.
Neutro
Arrow
-Pensei em colocar como ponto negativo, mas acredito que seja um ponto neutro. Nem acrescenta nem tira. A série de TV Arrow fez um enorme sucesso. Perdeu fôlego, mas continuou acompanhável. Nela vimos uma cidade com gente corrupta, um vilão que matava, mas que queria o melhor para sua cidade, um herói com rosto escondido que era considerado um criminoso, o ar urbano da cidade e dos crimes que nela ocorrem, (SPOILER: o amigo que descobre que o melhor amigo é o tal mascarado)...
Todos essses elementos citados eu já vi em Arrow. Demolidor tem muitas coisas que o distanciam do Arqueiro Verde e lhe dão sua própria identidade, mas mesmo assim essas semelhanças em um certo ponto são um tanto que incômodas.
Porém são ambas histórias de super-heróis, algo que realmente é difícil de se ser o mais original possível com tanta coisa já feita (o que não é motivo para as editoras serem preguiçosas e ficarem reciclando heróis e histórias já feitas) e tem também o fator dos quadrinhos.
Eu não li. Mas pelo que vi, está se baseando nos quadrinhos de Frank Miller, e se esse for o caso, é um ponto positivo por sua lealdade a história original.
Por essas e outras eu deixei esse como um ponto neutro.
Negativos:
-Nenhum, pelo menos nenhum que seja marcante. Os vilões são bons, a série é bastante realista, os efeitos (poucos, mas bons), o passado de Matt Murdock sendo contado por uma criança que é um excelente ator também, além de levantar questões como o crime que ocorre de verdade nas sombras com extorsão, máfia e contrabando.
Dá para assistir sem problemas. Até aqueles que não gostam muito de super-heróis devem gostar dessa série. É isso, uma produção de qualidade. E definitivamente, com Agent's of Shield melhorando e saindo do negócio de um episódio-um caso, Agent Carter e Demolidor e as outras da Netflix, a Marvel agora baterá de frente com as séries da DC como Gothan, Arrow, Flash, Super-Girl e Átomo. E quem mais ganha com tudo isso, são os espectadores.
sábado, 30 de maio de 2015
sábado, 23 de maio de 2015
A Origem dos Guardiões - Infância, Fé e Lição
Conhecem o Blog do Amer? Não? Eu já comentei sobre ele aqui no Waltlinia e já enchi o saco dos meus amigos para o acessarem, já que eu acho seus artigos muito bons, mesmo que demorem séculos para sair, pois são sempre regados com o humor infalível de Amer e reflexões e uma das coisas que aprendi foi as lições e mensagens que podem ser feitas pelos desenhos. Nisso, vou comentar sobre um filme que só via agora, 2015. A Origem dos Guardiões.
Eu tenho um certo que receio com trabalhos da Dreamworks. A meu ver, ou vai ser algo muito legal, ou muito ruim. Dificilmente ficam no mais ou menos, que é o que a PIXAR tem ficado nesses tempos com Carros 2, Aviões, Universidade Monstro e Valente.
Mas quando vi o trailer, lembro-me que na época fiquei com vontade de ver. Não senti que ia ser algo como o Shrek 4, Madagascar 2, Por Água Abaixo.
Mas a Dreamworks realmente arrisca. Shrek foi um grande avanço, foi com os filmes de princesa da Disney o que Memórias de Um Sargento de Milicias foi para os outros romances da época. Zoando tudo, o herói é um ogro nojento e humorado.
Esse arriscamento traz bons resultados: A Fuga das Galinhas, Como Treinar Seu Dragão, Kung Fu Panda, mais ou menos como Os Croods e Mega Mente e os ruins já citados que também tem o Monstros VS Alienígenas e Os Sem Floresta. Tipo, desses que eu chamo de ruins, não vi uma coisa muito forte, quero dizer, não estavam no mesmo nível, como se apesar de passarem certas lições para seu público-alvo, foram ou sem muito criatividade ou porque não trabalharam muito bem.
Mas falando de A Origem dos Guardiões, baseado na obra de William Joyce, produzido por Guilhermo Del Toro e dirigido por Peter Ramsey, já dá para ver que vai sair coisa boa.
No mundo de hoje as crianças cada vez mais tem menos fé. Não estou falando de fé religiosa, nem do Papai Noel ou do Coelhinho da Páscoa em si, mas sim do que eles representam. As crianças estão cada vez menos imaginando e mais recebendo a imaginação de produtores. E isso é bom até certo ponto.
Bom, a história é que o Bicho Papão (Breu) quer dominar o mundo fazendo as crianças não acreditarem mais no Homem da Areia (João Pestana), na Fada do Dente, no Coelho da Páscoa e no Papai Noel e assim as crianças só teriam medo e só acreditariam nele. E nisso entra o herói, Jack Frost, figura da mitologia nórdica incorporada em algumas nações do hemisfério norte, responsável pela estação do inverno e pela neve, que não é um Guardião como os outros e assim como o vilão da história, as pessoas não acreditam nele. O vilão porque os pais falam "não tem nada debaixo da cama" e Jack Frost porque... Bem, Jack Frost... Não tem-se lá muito motivo para acreditar nele de fato.
Bom, eu vi gente reclamando, sobre o consumismo. Claro, natal é uma época capitalista, choque. Mas não quando a gente compra o presente só para aquelas pessoas especiais mesmo. Ah, mas as crianças só ficam ligando para os presentes, tem umas que sim, tem as que são mimadas mesmo, mas tem aquelas que sabem diferencia o que é mais importante que um presente.
Eu vi uma crítica dizendo que Papai Noel e Coelhinho da Páscoa eram representados como magnatas indústrias... Mas isso já é meio que um conceito já estabelecido. Papai Noel tem uma fábrica no Polo Norte. Coelho da Páscoa no filme nem empregados de verdade ele tem. E... Eles fazem isso de graça só para deixar as crianças alegres. O que dá para tirar disso? Altruísmo. Dá algo para o outro. A criança recebe o presente hoje, e dá um beijo e um abraço de volta, quando compreende o significado que pode vir com o presente e no futuro, ele dará para seu filho essa mesma coisa junto com o objeto que recebeu quando era criança.
O filme também respeita a inteligência das crianças, com relações com o conto da tartaruga e a lebre, Alice no País das Maravilhas, a boneca russa, os dentes e as memórias, o esconderijo do vilão, e as piadas. As piadas e cenas de humor são bem descontraídas, sem forçar nem nada, sutis ou exageradas como o Papai Noel seria exagerado na vida real.
Chamaram eles de Os Vingadores das Crianças, algo assim, e realmente é verdade. Especialmente porque estão todos modificados e modernizados. Papai Noel é um cossaca russo, tatuado e que luta com duas espadas. Coelho da Páscoa é alto e luta com bumerangues, Fada do Dente é meio mulher, meio pássaro e está muito bem feita e ganha grande importância, especialmente ao darem significado de porque ela recolher os dentes e deixar uma moeda. E Sandman (homem da areia/João Pestana) está um ótimo rival para o Breu (Bicho Papão), claro, já que um traz bons sonhos e o outro provoca os pesadelos. A figura de Jack Frost como um jovem que tenta se conhecer e ver onde se encaixa no mundo e com os Guardiões e de ser aceito também é muito bem feita. Bem feita também é a computação e os efeitos especiais. O 3D é usado de maneira incrível.
Mas o filme também tem suas partes dramáticas, inteligentes e tristes. Como a transformação do garoto em Jack Frost, e as lições. Mostrando que o Coelho da Páscoa pode não deixar os ovos e o Papai Noel faltar com os presentes e até mesmo a Fada do Dente não deixar a moedinha, mas mesmo assim eles existem se as crianças acreditam neles. Eu acho que o filme passou não que as crianças precisem dos objetos para acreditarem nesses seres e sim que a felicidade e inocência já bastam. E o ovo e o presente também é bom, o que, são crianças, dá um tempo. Até adulto gosta quando ganha alguma coisa, nem que seja um desconto no restaurante no meio da semana que dificilmente você conseguirá usar.
E a lição e as mensagens também são muito boas. O Coelhão (do Hugh Jackman) explicando o significado da Páscoa, ele deixa de lado Jesus, mas pega a mensagem. De ser uma nova vida, uma segunda chance, esperança. Os dentes a Fada do Dente os guarda porque assim guarda as memórias importantes das crianças e assim elas podem acessá-las quando precisarem. Pela nossa boca a gente pergunta, experimenta as coisas, comestíveis ou não, de fato uma boa analogia. E com Jack Frost (do Chris Pine) para aqueles que são mais velhos e se identificarem aí é o velho papo de descobrir a si mesmo. E tem também uma parte para os adultos, quando Papai Noel fala que não tem tempo para observar as crianças enquanto faz brinquedos para as crianças... Pais ausentes, essa foi para vocês.
E no final, quando o Breu (do Jude Law) está para atacar os Guardiões enfraquecidos com força total, as crianças ficam na frente deles. Ou seja, estão protegendo aquilo que prezam, a felicidade, a empatia e a esperança que cada um representa, contra o monstro. O Breu pergunta se ainda não acreditam nele. A criança que lidera as outras, o Jamie, responde:
"eu acredito em você. Eu só não tenho medo de você" - brilhante. A criança sabe que existe sim coisa ruim, mas não deve deixar-se abalar por isso, por isso deve fortalecer o outro lado que os Guardiões representam e enfrentar seus medos. Seus pesadelos.
Infelizmente parece que a bilheteria não foi lá muito boa, mesmo com as várias críticas positivas. Uma pena, pois eu achei um dos melhores trabalhos da história da Dreamworks. Um dos poucos filmes dos últimos anos que respeita a inteligência das crianças. Esse papo de que a pessoa adulta hoje não se diverte com os desenhos e filmes infantis porque cresceu algumas vezes é verdade, mas em outras é porque o negócio não é bom mesmo.
Eu tenho um certo que receio com trabalhos da Dreamworks. A meu ver, ou vai ser algo muito legal, ou muito ruim. Dificilmente ficam no mais ou menos, que é o que a PIXAR tem ficado nesses tempos com Carros 2, Aviões, Universidade Monstro e Valente.
Mas quando vi o trailer, lembro-me que na época fiquei com vontade de ver. Não senti que ia ser algo como o Shrek 4, Madagascar 2, Por Água Abaixo.
Mas a Dreamworks realmente arrisca. Shrek foi um grande avanço, foi com os filmes de princesa da Disney o que Memórias de Um Sargento de Milicias foi para os outros romances da época. Zoando tudo, o herói é um ogro nojento e humorado.
Esse arriscamento traz bons resultados: A Fuga das Galinhas, Como Treinar Seu Dragão, Kung Fu Panda, mais ou menos como Os Croods e Mega Mente e os ruins já citados que também tem o Monstros VS Alienígenas e Os Sem Floresta. Tipo, desses que eu chamo de ruins, não vi uma coisa muito forte, quero dizer, não estavam no mesmo nível, como se apesar de passarem certas lições para seu público-alvo, foram ou sem muito criatividade ou porque não trabalharam muito bem.
Mas falando de A Origem dos Guardiões, baseado na obra de William Joyce, produzido por Guilhermo Del Toro e dirigido por Peter Ramsey, já dá para ver que vai sair coisa boa.
No mundo de hoje as crianças cada vez mais tem menos fé. Não estou falando de fé religiosa, nem do Papai Noel ou do Coelhinho da Páscoa em si, mas sim do que eles representam. As crianças estão cada vez menos imaginando e mais recebendo a imaginação de produtores. E isso é bom até certo ponto.
Bom, a história é que o Bicho Papão (Breu) quer dominar o mundo fazendo as crianças não acreditarem mais no Homem da Areia (João Pestana), na Fada do Dente, no Coelho da Páscoa e no Papai Noel e assim as crianças só teriam medo e só acreditariam nele. E nisso entra o herói, Jack Frost, figura da mitologia nórdica incorporada em algumas nações do hemisfério norte, responsável pela estação do inverno e pela neve, que não é um Guardião como os outros e assim como o vilão da história, as pessoas não acreditam nele. O vilão porque os pais falam "não tem nada debaixo da cama" e Jack Frost porque... Bem, Jack Frost... Não tem-se lá muito motivo para acreditar nele de fato.
Bom, eu vi gente reclamando, sobre o consumismo. Claro, natal é uma época capitalista, choque. Mas não quando a gente compra o presente só para aquelas pessoas especiais mesmo. Ah, mas as crianças só ficam ligando para os presentes, tem umas que sim, tem as que são mimadas mesmo, mas tem aquelas que sabem diferencia o que é mais importante que um presente.
Eu vi uma crítica dizendo que Papai Noel e Coelhinho da Páscoa eram representados como magnatas indústrias... Mas isso já é meio que um conceito já estabelecido. Papai Noel tem uma fábrica no Polo Norte. Coelho da Páscoa no filme nem empregados de verdade ele tem. E... Eles fazem isso de graça só para deixar as crianças alegres. O que dá para tirar disso? Altruísmo. Dá algo para o outro. A criança recebe o presente hoje, e dá um beijo e um abraço de volta, quando compreende o significado que pode vir com o presente e no futuro, ele dará para seu filho essa mesma coisa junto com o objeto que recebeu quando era criança.
O filme também respeita a inteligência das crianças, com relações com o conto da tartaruga e a lebre, Alice no País das Maravilhas, a boneca russa, os dentes e as memórias, o esconderijo do vilão, e as piadas. As piadas e cenas de humor são bem descontraídas, sem forçar nem nada, sutis ou exageradas como o Papai Noel seria exagerado na vida real.
Chamaram eles de Os Vingadores das Crianças, algo assim, e realmente é verdade. Especialmente porque estão todos modificados e modernizados. Papai Noel é um cossaca russo, tatuado e que luta com duas espadas. Coelho da Páscoa é alto e luta com bumerangues, Fada do Dente é meio mulher, meio pássaro e está muito bem feita e ganha grande importância, especialmente ao darem significado de porque ela recolher os dentes e deixar uma moeda. E Sandman (homem da areia/João Pestana) está um ótimo rival para o Breu (Bicho Papão), claro, já que um traz bons sonhos e o outro provoca os pesadelos. A figura de Jack Frost como um jovem que tenta se conhecer e ver onde se encaixa no mundo e com os Guardiões e de ser aceito também é muito bem feita. Bem feita também é a computação e os efeitos especiais. O 3D é usado de maneira incrível.
Mas o filme também tem suas partes dramáticas, inteligentes e tristes. Como a transformação do garoto em Jack Frost, e as lições. Mostrando que o Coelho da Páscoa pode não deixar os ovos e o Papai Noel faltar com os presentes e até mesmo a Fada do Dente não deixar a moedinha, mas mesmo assim eles existem se as crianças acreditam neles. Eu acho que o filme passou não que as crianças precisem dos objetos para acreditarem nesses seres e sim que a felicidade e inocência já bastam. E o ovo e o presente também é bom, o que, são crianças, dá um tempo. Até adulto gosta quando ganha alguma coisa, nem que seja um desconto no restaurante no meio da semana que dificilmente você conseguirá usar.
E a lição e as mensagens também são muito boas. O Coelhão (do Hugh Jackman) explicando o significado da Páscoa, ele deixa de lado Jesus, mas pega a mensagem. De ser uma nova vida, uma segunda chance, esperança. Os dentes a Fada do Dente os guarda porque assim guarda as memórias importantes das crianças e assim elas podem acessá-las quando precisarem. Pela nossa boca a gente pergunta, experimenta as coisas, comestíveis ou não, de fato uma boa analogia. E com Jack Frost (do Chris Pine) para aqueles que são mais velhos e se identificarem aí é o velho papo de descobrir a si mesmo. E tem também uma parte para os adultos, quando Papai Noel fala que não tem tempo para observar as crianças enquanto faz brinquedos para as crianças... Pais ausentes, essa foi para vocês.
E no final, quando o Breu (do Jude Law) está para atacar os Guardiões enfraquecidos com força total, as crianças ficam na frente deles. Ou seja, estão protegendo aquilo que prezam, a felicidade, a empatia e a esperança que cada um representa, contra o monstro. O Breu pergunta se ainda não acreditam nele. A criança que lidera as outras, o Jamie, responde:
"eu acredito em você. Eu só não tenho medo de você" - brilhante. A criança sabe que existe sim coisa ruim, mas não deve deixar-se abalar por isso, por isso deve fortalecer o outro lado que os Guardiões representam e enfrentar seus medos. Seus pesadelos.
Infelizmente parece que a bilheteria não foi lá muito boa, mesmo com as várias críticas positivas. Uma pena, pois eu achei um dos melhores trabalhos da história da Dreamworks. Um dos poucos filmes dos últimos anos que respeita a inteligência das crianças. Esse papo de que a pessoa adulta hoje não se diverte com os desenhos e filmes infantis porque cresceu algumas vezes é verdade, mas em outras é porque o negócio não é bom mesmo.
O Jogo da Imitação e Sua Importância Hoje
Demorei para assistir The Imitation Game, e quando assisti no Netflix, percebi o quanto eu devia ter comprado a sessão da noite para ver essa maravilha no cinema. Não é só uma autobiografia cinematográfica, não foi a primeira vez que Alan Turing, Enigma, 2º Guerra Mundial, homossexualismo, vão parar nas telonas. Mas foi... Um filme que conseguiu juntar tudo isso baseado no livro biográfico do gênio que ajudou a diminuir o tempo de guerra.
O título é curioso. Sua importância hoje. Para que exatamente? Vou explicar melhor, calma.
O filme de Morten Tyldum é dividido em três épocas distintas de Turing, a adolescência, o período em que trabalhou em sua máquina e quando foi preso. Coisa que já vimos em dramas como Maldito Futebol Clube. Mas enquanto em Maldito Futebol Clube chega até a se perder o telespectador se não prestar atenção, O Jogo da Imitação segue muito fluido e sem confusão nesse ponto.
Isso ajudou a compreender o título do post? Não. Mas calma, vou exaltar algumas coisas antes de realmente explicá-lo, mas continue a ler que vale a pena.
Os atores estão muito bem em seus papéis. Benedict Cumberbatch, que cada vez mais só ganha mais fãs por Sherlock, Smaug, Khan e futuramente com Doutor Estranho, vivê seu primo de 17º grau (verdade) com perfeição. Vemos a primeira vista um Sherlock, mas vemos mudanças, como seu isolamento não ser por ele querer, mas pelo seu jeito de ser, de levar tudo ao pé da letra, de entender códigos ao invés de falas cotidianas, de ser até mesmo ingênuo mesmo com seu conhecimento matemático e assim por diante e o final... Não é Cumberbatch, não é Sherlock, é Alan Turing.
Keira Knightley (LINDA!), Matthew Goode, Charles Dance (TWYN LANNISTER!), Mark Strong... Já dá para perceber que más atuações não serão vistas nesse filme.
Agora o título do post. Bem, Alan Turing era gay, numa época e lugar que homossexualidade era ilegal. Em vida real, Turing optou pela castração química do que a cadeia, segundo o filme, para continuar em seu projeto. Isso depois do fim da guerra. Se foi para trabalhar no projeto dele ou não, fato é que o homem crucial para decifrar o Enigma (o temido código nazista), levou esse fim e que depois cometeu suicídio pela pressão e intolerância.
Nikola Tesla era brilhante e viveu esquecido por bastante tempo até que hoje se reconhece o grande homem e importante contribuidor para eletricidade e rádio que foi. Assim como com esse filme as pessoas que não são muito ligadas no assunto conheceram Alan Turing, cuja invenção para decifrar o Enigma foi o primeiro passo para os computadores. O reconhecimento é algo merecido para ambos, Turing, que com o mesmo espírito que Estein teve para a criação da bomba atômica, ele teve para com palavras cruzadas.
Esse filme foi muito bem aceito na comunidade LGBT. E como foi citado no Omelete, agora nas minhas palavras, um tapa na cara dos homofóbicos, extremistas e tal que descarregam ódio na internet usando uma máquina que não seria possível sem um gay.140 milhões de vidas foram salvas graças a mente de Turing.
Muito se falou sobre feminismo neste filme por causa da Joan Clarke. Eu não vi muita coisa do tipo "ah, sou uma mulher fodona e é isso aí" como se vê em muitos filmes e que, olha eu sei que é legal a participação feminina nos filmes, mas já está começando a virar um clichê um tipo de personagem que se limita a isso, assim como o "herói bombado de coração mole" ou "o nerd esquisitão e legal".
Por trás de um grande homem existe uma grande mulher. Nesse caso eles estiveram até que lado a lado, segundo pesquisas, Alan Turing e Joan Clarke ficaram próximos e noivos como mostra o filme e Joan era mesmo muito inteligente, única mulher a trabalhar no projeto de decifrar o Enigma, então para aqueles que falam que só colocaram ela para atrair as feministas, estarão certos, mas errados de dizerem que foi só por isso, já que eles pegaram o que aconteceu de verdade, fora que o feminismo já existia antes da 2º Guerra, mas a guerra o consolidou.
E raspa também no assunto da inteligência artificial. Com as reflexões se uma máquina pode pensar, ou se ela pensa de algum modo e com Turing chamando sua invenção de Christopher (veja o filme ou leia o livro para entender).
É isso. Um filme muito bom, super-recomendado, histórico, engraçado, chorante, muito bom. Foi realmente um bom ano para biografias, com A Teoria de Tudo e Selma, mas O Jogo da Imitação para mim foi o melhor.
O título é curioso. Sua importância hoje. Para que exatamente? Vou explicar melhor, calma.
O filme de Morten Tyldum é dividido em três épocas distintas de Turing, a adolescência, o período em que trabalhou em sua máquina e quando foi preso. Coisa que já vimos em dramas como Maldito Futebol Clube. Mas enquanto em Maldito Futebol Clube chega até a se perder o telespectador se não prestar atenção, O Jogo da Imitação segue muito fluido e sem confusão nesse ponto.
Isso ajudou a compreender o título do post? Não. Mas calma, vou exaltar algumas coisas antes de realmente explicá-lo, mas continue a ler que vale a pena.
Os atores estão muito bem em seus papéis. Benedict Cumberbatch, que cada vez mais só ganha mais fãs por Sherlock, Smaug, Khan e futuramente com Doutor Estranho, vivê seu primo de 17º grau (verdade) com perfeição. Vemos a primeira vista um Sherlock, mas vemos mudanças, como seu isolamento não ser por ele querer, mas pelo seu jeito de ser, de levar tudo ao pé da letra, de entender códigos ao invés de falas cotidianas, de ser até mesmo ingênuo mesmo com seu conhecimento matemático e assim por diante e o final... Não é Cumberbatch, não é Sherlock, é Alan Turing.
Keira Knightley (LINDA!), Matthew Goode, Charles Dance (TWYN LANNISTER!), Mark Strong... Já dá para perceber que más atuações não serão vistas nesse filme.
Agora o título do post. Bem, Alan Turing era gay, numa época e lugar que homossexualidade era ilegal. Em vida real, Turing optou pela castração química do que a cadeia, segundo o filme, para continuar em seu projeto. Isso depois do fim da guerra. Se foi para trabalhar no projeto dele ou não, fato é que o homem crucial para decifrar o Enigma (o temido código nazista), levou esse fim e que depois cometeu suicídio pela pressão e intolerância.
Nikola Tesla era brilhante e viveu esquecido por bastante tempo até que hoje se reconhece o grande homem e importante contribuidor para eletricidade e rádio que foi. Assim como com esse filme as pessoas que não são muito ligadas no assunto conheceram Alan Turing, cuja invenção para decifrar o Enigma foi o primeiro passo para os computadores. O reconhecimento é algo merecido para ambos, Turing, que com o mesmo espírito que Estein teve para a criação da bomba atômica, ele teve para com palavras cruzadas.
Esse filme foi muito bem aceito na comunidade LGBT. E como foi citado no Omelete, agora nas minhas palavras, um tapa na cara dos homofóbicos, extremistas e tal que descarregam ódio na internet usando uma máquina que não seria possível sem um gay.140 milhões de vidas foram salvas graças a mente de Turing.
Muito se falou sobre feminismo neste filme por causa da Joan Clarke. Eu não vi muita coisa do tipo "ah, sou uma mulher fodona e é isso aí" como se vê em muitos filmes e que, olha eu sei que é legal a participação feminina nos filmes, mas já está começando a virar um clichê um tipo de personagem que se limita a isso, assim como o "herói bombado de coração mole" ou "o nerd esquisitão e legal".
Por trás de um grande homem existe uma grande mulher. Nesse caso eles estiveram até que lado a lado, segundo pesquisas, Alan Turing e Joan Clarke ficaram próximos e noivos como mostra o filme e Joan era mesmo muito inteligente, única mulher a trabalhar no projeto de decifrar o Enigma, então para aqueles que falam que só colocaram ela para atrair as feministas, estarão certos, mas errados de dizerem que foi só por isso, já que eles pegaram o que aconteceu de verdade, fora que o feminismo já existia antes da 2º Guerra, mas a guerra o consolidou.
E raspa também no assunto da inteligência artificial. Com as reflexões se uma máquina pode pensar, ou se ela pensa de algum modo e com Turing chamando sua invenção de Christopher (veja o filme ou leia o livro para entender).
É isso. Um filme muito bom, super-recomendado, histórico, engraçado, chorante, muito bom. Foi realmente um bom ano para biografias, com A Teoria de Tudo e Selma, mas O Jogo da Imitação para mim foi o melhor.
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