O filme de Morten Tyldum é dividido em três épocas distintas de Turing, a adolescência, o período em que trabalhou em sua máquina e quando foi preso. Coisa que já vimos em dramas como Maldito Futebol Clube. Mas enquanto em Maldito Futebol Clube chega até a se perder o telespectador se não prestar atenção, O Jogo da Imitação segue muito fluido e sem confusão nesse ponto.
Isso ajudou a compreender o título do post? Não. Mas calma, vou exaltar algumas coisas antes de realmente explicá-lo, mas continue a ler que vale a pena.
Os atores estão muito bem em seus papéis. Benedict Cumberbatch, que cada vez mais só ganha mais fãs por Sherlock, Smaug, Khan e futuramente com Doutor Estranho, vivê seu primo de 17º grau (verdade) com perfeição. Vemos a primeira vista um Sherlock, mas vemos mudanças, como seu isolamento não ser por ele querer, mas pelo seu jeito de ser, de levar tudo ao pé da letra, de entender códigos ao invés de falas cotidianas, de ser até mesmo ingênuo mesmo com seu conhecimento matemático e assim por diante e o final... Não é Cumberbatch, não é Sherlock, é Alan Turing.
Keira Knightley (LINDA!), Matthew Goode, Charles Dance (TWYN LANNISTER!), Mark Strong... Já dá para perceber que más atuações não serão vistas nesse filme.
Agora o título do post. Bem, Alan Turing era gay, numa época e lugar que homossexualidade era ilegal. Em vida real, Turing optou pela castração química do que a cadeia, segundo o filme, para continuar em seu projeto. Isso depois do fim da guerra. Se foi para trabalhar no projeto dele ou não, fato é que o homem crucial para decifrar o Enigma (o temido código nazista), levou esse fim e que depois cometeu suicídio pela pressão e intolerância.
Esse filme foi muito bem aceito na comunidade LGBT. E como foi citado no Omelete, agora nas minhas palavras, um tapa na cara dos homofóbicos, extremistas e tal que descarregam ódio na internet usando uma máquina que não seria possível sem um gay.140 milhões de vidas foram salvas graças a mente de Turing.
Muito se falou sobre feminismo neste filme por causa da Joan Clarke. Eu não vi muita coisa do tipo "ah, sou uma mulher fodona e é isso aí" como se vê em muitos filmes e que, olha eu sei que é legal a participação feminina nos filmes, mas já está começando a virar um clichê um tipo de personagem que se limita a isso, assim como o "herói bombado de coração mole" ou "o nerd esquisitão e legal".
E raspa também no assunto da inteligência artificial. Com as reflexões se uma máquina pode pensar, ou se ela pensa de algum modo e com Turing chamando sua invenção de Christopher (veja o filme ou leia o livro para entender).
É isso. Um filme muito bom, super-recomendado, histórico, engraçado, chorante, muito bom. Foi realmente um bom ano para biografias, com A Teoria de Tudo e Selma, mas O Jogo da Imitação para mim foi o melhor.
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