Sou um fã do trabalho de Neil Blomkamp. O cara arrebenta muito com a crítica e adoro o jeito como ele mistura questão social e ficção científica, regada a muitas cenas de ação, palavrões, trilha sonora e tecnologia.
Distrito 9 foi um dos melhores filmes que já assisti. A mensagem é clara e forte. Assim como em Elysium, que não foi tão bom quanto Distrito 9, mas mesmo assim achei excelente. Pode ter caído muito pra só ação e porradaria, mas não vejo mal nisso, agrada tanto o pessoal mais "Michael Bay" quanto o pessoal que gosta mais de analisar a mensagem, contexto e crítica.
Agora, Chappie... Quando vi o 1º trailer, achei que não ia ser legal. Eu me acostumei com Distrito 9 e Elysium a um Neil Blomkamp crítico e criativo. Um robô com inteligência artificial, isso eu já vi em Inteligência Artificial (não era para ser um trocadilho), e vários outros filmes como Eu Robô.
Mesmo assim eu fui. Pela curiosidade e também porque os youtubers (PC Siqueira, Rolê Goumert, OmeleTV, Nostalgia, Pipocando - esses principalmente, até o Pirula) ficaram fazendo divulgação gravando no cenário do filme. E porque o 2º trailer era muito bom.
O inicio do filme foi mó legal. Bem ao estilo Distrito 9, com entrevistas como se fosse um documentário. Vimos em ação os robôs policiais em Johannesburgo. Que parecem uns coelhos, deve ser homenagem a alguma coisa geek. Enfim, o filme foi rodando, eu fui pensando, refletindo, analisando e já cheguei a minhas conclusões.
-Filme com muitas mensagens
Desde o inicio eu soube que a mensagem seria sobre a inteligência artificial e como más influências levam a formação das pessoas. Chappie foi fazendo isso muito bem, com o questionamento da I.A., mas também mostrou um Chappie bebê crescendo e aprendendo. O desenrolar estava indo bem, mas o negócio desandou no final na minha opinião quando entrou em questão (a meu ver) o uso de drones (como visto em Robocop - e até homenageado), e outras questões que vão além da I.A. que não contarei para não dar spoilers. Enfim, acho que Neil quis contar muita coisa em um só filme ou então não soube como fazer direito.
-O Final
Quando estava terminando o filme eu pensei: se terminar assim vai ser legal. Mas descobri que demoraria mais um pouco e eu fiquei impaciente. Mas aí veio essas outras coisas acrescentadas que eu falei no parágrafo de cima e então quando acabou eu fiquei com a sensação de "quero mais", "não estou satisfeito", "assim? Mas... Mas e isso... Como explica aquilo..."... Também pode ter sido proposita, um final ambíguo em que fica aquela dúvida para o espectador pensar.
-Atuações
Os filmes de Blomkamp sempre tem bons atores mano. Novamente vemos Sharlto Copley, dessa vez fazendo a voz de Chappie. O cara é muito bom ator, primeiro foi um empregado um tanto feliz de uma empresa maléfica, depois um vilão hardcore e agora um robô ingênuo e curioso. Dev Patel também mostrou-se um ator multi-funções sendo o engenheiro que desenvolve Chappie e Hugh Jackman arrebenta como o vilão do filme. Todos de parabéns com seus personagens. Jackman não me lembrou o Wolverine. Achei legal que os atores aturam com seus sotaques, sem esconder nem nada.
Ninja e Yo-Landi, da banda Die Antwoord também estão bem. Vi gente reclamando de serem péssimos atores, mas honestamente eu vi eles sendo aceitáveis. Também não deve ser muito difícil, já que seus personagens fazem as mesmas coisas e se expressam do mesmo jeito que em seus clipes.
-Atmosfera
O filme passa bem a atmosfera de uma Johannesburgo de 2016 com robôs. A gente mergulha e acredita. Tanto pela trilha, pela fotografia e personagens. E também pelas cenas de emoções, esse é o filme com mais comédia e humor de Blomkamp. As cenas de humor são bem desenvolvidas e a risada sai naturalmente e eu quase chorei em outras.
Boa parte dela também é por causa da banda Die Antwoord, com os cenários e material.
Enfim, é um filme que achei mediano pra cima. É aquele que ainda vale a pena ver no cinema. Não é tão bom quanto Distrito 9 (muita gente ficou falando que Elysium só reciclou Distrito 9, eu não achei isso, mas se disserem que Chappie recicla bastante coisa do primeiro longa de Blomkamp, terei que concordar) e também sai desapontado querendo algo melhor. Mas enfim, não será memorável, na minha visão, como os dois primeiros filmes desse diretor, mas ainda é uma coisa boa no currículo desse cara.
quinta-feira, 30 de abril de 2015
sábado, 25 de abril de 2015
Meus Livros de Adolescente
Adolescência... Ê época boa essa.... Peraí, eu tenho 17 anos. Tecnicamente ainda sou um adolescente ou ao menos um menor de idade. Bom, nessa época com estudos, mercado de trabalho e tantos outros fatores a gente já se sente um pequeno adulto pronto para migrar para faculdade e então mais estudos e trabalho.... Oh fuck.
Estou brincando, tenho certeza de que será uma época maravilhosa de aprendizado e melhorará meu espírito. Pelo menos assim espero.
Mas eu não fui uma criança ou adolescente, digamos, normal. Eu gostava de me vestir como mais velho com camisa polo, terno e gravata quando podia e essas coisas. Tive um negócio parecido com crise de meia idade, só que com 16 e com coisas como "eu tenho que assistir Pokemón e Dragon Ball" ou "preciso fazer coisas idiotas enquanto posso"... Não. Com 16 não pode fazer mais coisas de meninos de 10 anos.
Mas enfim, a adolescência para alguns é uma fase complicada. Pra mim não foi, eu já sabia de sexo, drogas e um monte de outras coisas já aos 12 anos... O que mostra que eu era uma pessoa mais velha de alma e inteligência... Embora eu tenha acreditado até a segunda série que o Papai Noel existia.
Eu to falando isso tudo para falar dos livros de adolescência, livros que já me mostraram o que teriam pela frente, só um deles não foi indicado pela escola e sinceramente, achei bacana isso. São livros até que recentes, que tratam da adolescência de fato e sério o negócio e tal. Veja os títulos que eu indico desse gênero:
-Gangsta Rap
A história se passa na Inglaterra e foca em Ray, um garoto negro de 15 anos que vive numa casa com constante discussão e gritaria entre pai e ele, pai e mãe, ele e a irmã....E também não se dá bem na escola com as matérias, os professores, seus amigos foram expulsos e na história segue com ele dois amigos que juntos irão tentar uma banda de hip-hop.
A história teve como base a própria vivência do autor Benjamin Zephaniah, falando do estereótipo do delinquente juvenil, que também é poeta, discriminação e tudo mais que normalmente a Inglaterra não é associada (exceto quando se estuda colonialismo).
Gostei bastante da análise da blogueira do Nervo Óptico, Sara Simões, deixo aqui o link do post dela: http://sarasimoes.blogspot.com.br/2006/07/resenha-gangsta-rap.html
Foi um livro que me marcou muito. Comecei a fazer rimas depois dele. Sério. Batalha de rap entrou na moda na minha escola e o pessoal faz até hoje. As batidas, o ritmo, a articulação, esperteza, tudo isso. Fora que é um livro sincero e que não ameniza as coisas, tudo com muita música.
-Mathilda Savitch
Comprei o livro em promoção na Fnac e não me arrependi. A trama de Victor Lotada, assim como a de Gangsta Rap, é cativante. A história é sobre Mathilda, uma garota meio rebelde, cujos pais, e ela, mas principalmente os pais, pelo menos aparentemente, estão traumatizados pela morte da irmã mais velha de Mathilda, morta ao ser jogada nos trilhos de um trem.
Ela irá investigar para descobrir quem matou sua irmã. Me decepcionei ao descobrir que não era um livro propriamente de investigação, já que a premissa é quase essa que eu descrevi, mas como falei, não me arrependi. Uma história triste,e envolvente, emocionante, que fala de morte, tragédia, amadurecimento, escolhas e, por que não, de vida?
Eu chorei nesse livro por tudo que acontece, por tudo que ela descobre, é um livro que aprende-se o que se perde e o que se pode perder e como uma coisa que nós fazemos posso nos fazer perder uma coisa, mas que essa coisa pode significar tudo.
-Um Pedacinho de Chão
Karim é um garoto árabe que vive numa região ocupada por tropas israelenses na Faixa de Gaza onde constantemente sofrem abusos dos militares e com frequência um toque de recolher instaurado sempre que há um ataque terrorista. A autora, Elizabeth Laird, é conhecida por trabalhar com crianças em países em condições como a Palestina.
Um relato chocante e tocante de algo que infelizmente ocorre. A história mostra como Karim, com seus amigos, que só querem jogar futebol em paz, vivem num lugar onde tremem soldados israelenses, terroristas, e tudo mais da Faixa de Gaza. É cheio de lições e reflexões como os dois anteriores, aqui no caso tem o amigo que vai para os EUA e na visão de Karim está abandonando seu lar verdadeiro ou quando o avô o repreende por aplaudir um atentato contra judeus. E assim esse garoto cresce numa estória de futebol, família, política e... história.
-Amanhã, Numa Boa
Mais um livro sobre crescer, amadurecer, dessa vez sobre Doria, uma garota de 15 anos. Filha de imigrantes marroquinos na França, cujo pai abandonou-as e voltou para o Marrocos e nunca mais deu notícia. A história se desenrola com reflexões sobre o que já falei, e também para a vida de uma pessoa assim, em seu bairro com outros imigrantes, amadurecimento e porque às vezes parece que nada pode melhorar e também de experiências novas, que é algo também bastante presente em Mathilda Savitch.
A autora é Faïza Guène deve ter pego um pouco de sua vida para escrever este livro, sendo francesa filha de argelinos. Era também é diretora de curtas, escreve desde 2005 para uma revista e publicou seu livro, veja só, aso 15 anos. Que massa.
Estou brincando, tenho certeza de que será uma época maravilhosa de aprendizado e melhorará meu espírito. Pelo menos assim espero.
Mas eu não fui uma criança ou adolescente, digamos, normal. Eu gostava de me vestir como mais velho com camisa polo, terno e gravata quando podia e essas coisas. Tive um negócio parecido com crise de meia idade, só que com 16 e com coisas como "eu tenho que assistir Pokemón e Dragon Ball" ou "preciso fazer coisas idiotas enquanto posso"... Não. Com 16 não pode fazer mais coisas de meninos de 10 anos.
Mas enfim, a adolescência para alguns é uma fase complicada. Pra mim não foi, eu já sabia de sexo, drogas e um monte de outras coisas já aos 12 anos... O que mostra que eu era uma pessoa mais velha de alma e inteligência... Embora eu tenha acreditado até a segunda série que o Papai Noel existia.
Eu to falando isso tudo para falar dos livros de adolescência, livros que já me mostraram o que teriam pela frente, só um deles não foi indicado pela escola e sinceramente, achei bacana isso. São livros até que recentes, que tratam da adolescência de fato e sério o negócio e tal. Veja os títulos que eu indico desse gênero:
-Gangsta Rap
A história se passa na Inglaterra e foca em Ray, um garoto negro de 15 anos que vive numa casa com constante discussão e gritaria entre pai e ele, pai e mãe, ele e a irmã....E também não se dá bem na escola com as matérias, os professores, seus amigos foram expulsos e na história segue com ele dois amigos que juntos irão tentar uma banda de hip-hop.
A história teve como base a própria vivência do autor Benjamin Zephaniah, falando do estereótipo do delinquente juvenil, que também é poeta, discriminação e tudo mais que normalmente a Inglaterra não é associada (exceto quando se estuda colonialismo).
Gostei bastante da análise da blogueira do Nervo Óptico, Sara Simões, deixo aqui o link do post dela: http://sarasimoes.blogspot.com.br/2006/07/resenha-gangsta-rap.html
Foi um livro que me marcou muito. Comecei a fazer rimas depois dele. Sério. Batalha de rap entrou na moda na minha escola e o pessoal faz até hoje. As batidas, o ritmo, a articulação, esperteza, tudo isso. Fora que é um livro sincero e que não ameniza as coisas, tudo com muita música.
-Mathilda Savitch
Comprei o livro em promoção na Fnac e não me arrependi. A trama de Victor Lotada, assim como a de Gangsta Rap, é cativante. A história é sobre Mathilda, uma garota meio rebelde, cujos pais, e ela, mas principalmente os pais, pelo menos aparentemente, estão traumatizados pela morte da irmã mais velha de Mathilda, morta ao ser jogada nos trilhos de um trem.
Ela irá investigar para descobrir quem matou sua irmã. Me decepcionei ao descobrir que não era um livro propriamente de investigação, já que a premissa é quase essa que eu descrevi, mas como falei, não me arrependi. Uma história triste,e envolvente, emocionante, que fala de morte, tragédia, amadurecimento, escolhas e, por que não, de vida?
Eu chorei nesse livro por tudo que acontece, por tudo que ela descobre, é um livro que aprende-se o que se perde e o que se pode perder e como uma coisa que nós fazemos posso nos fazer perder uma coisa, mas que essa coisa pode significar tudo.
-Um Pedacinho de Chão
Karim é um garoto árabe que vive numa região ocupada por tropas israelenses na Faixa de Gaza onde constantemente sofrem abusos dos militares e com frequência um toque de recolher instaurado sempre que há um ataque terrorista. A autora, Elizabeth Laird, é conhecida por trabalhar com crianças em países em condições como a Palestina.
Um relato chocante e tocante de algo que infelizmente ocorre. A história mostra como Karim, com seus amigos, que só querem jogar futebol em paz, vivem num lugar onde tremem soldados israelenses, terroristas, e tudo mais da Faixa de Gaza. É cheio de lições e reflexões como os dois anteriores, aqui no caso tem o amigo que vai para os EUA e na visão de Karim está abandonando seu lar verdadeiro ou quando o avô o repreende por aplaudir um atentato contra judeus. E assim esse garoto cresce numa estória de futebol, família, política e... história.
-Amanhã, Numa Boa
Mais um livro sobre crescer, amadurecer, dessa vez sobre Doria, uma garota de 15 anos. Filha de imigrantes marroquinos na França, cujo pai abandonou-as e voltou para o Marrocos e nunca mais deu notícia. A história se desenrola com reflexões sobre o que já falei, e também para a vida de uma pessoa assim, em seu bairro com outros imigrantes, amadurecimento e porque às vezes parece que nada pode melhorar e também de experiências novas, que é algo também bastante presente em Mathilda Savitch.
A autora é Faïza Guène deve ter pego um pouco de sua vida para escrever este livro, sendo francesa filha de argelinos. Era também é diretora de curtas, escreve desde 2005 para uma revista e publicou seu livro, veja só, aso 15 anos. Que massa.
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