sábado, 31 de janeiro de 2015

Percy Jackson: Minha entrada para os livros

Eu era uma pessoa muito dedicada aos gibis quando mais nova e nunca pensava muito em livros. Livros não tem ilustração, é muito texto, demora demais para ler, esses eram os meus argumentos. Só abri exceção para Deltora Quest de Emily Rodda por causa dos comerciais que a editora Fundamento enchia todo dia nos canais infantis. Apesar de eu gostar muito e ainda lembrar com carinho do cinturão, da flauta de Pirre, dos dragões e claro dos heóris Lief, Barda e Jasmine, não me encorajaram a continuar nisso.



A minha escola dava uma lista de opções de livros. Nessas eu li O Melhor Time do Mundo de Jorge Viveiros de Castro, Irmãos Preto de H. Binder e L. Tetzner, Stravaganza de Mary Hoffman, A Fantástica Fabrica de Chocolate, mas mesmo gostando das histórias e tal, nada que me levasse a querer ler livros.

Foi então que uma das opções foi Percy Jackson e o Ladrão de Raios. Eu tinha entre 12/13 anos na época, e como Percy tinha 12 no livro, rolou uma identificação. Um garoto que é semi-deus. Filho de Poseidon. Acampamento Meio-Sangue. Muito massa. Fora que a leitura descritiva e ao mesmo tempo dinâmica (e em muitos momentos engraçadas de Rick Riordan) faziam eu devorar páginas e mais páginas sem perceber o tempo passar, só torcendo para Percy, Annabeth e Grover salvarem o dia, os deuses serem compreensíveis e de quebra mandar a Clarisse se danar.
Percy Jackson também foi minha escolha não só por causa da divulgação do filme na época (que foi uma das piores adaptações já feitas. O filme também não foi legal para não-leitores), mas por causa dos meus amigos que ficavam lendo Percy Jackson. Peria, TC, Vicente, Jonas, Giulia, o Juan carregava o dele numa pochete.
Não demorei muito, em poucos meses terminei O Ladrão de Raios (maldito Luke, Hermes é um cara gente boa) e O Mar de Monstros (maldito Luke duplo e um vsf Clarisse). Aliás, eu estava fazendo para escola uma apresentação de Ulisses/Odisseu e O Mar de Monstros é baseada na Ilíada, então foi um grande reforço. Meu amigo Vicente fez o Ulisses na apresentação, amarrei-o com durex num cabo de vassoura para representar a parte em que passam pelas harpias. Então foi uma das histórias mais marcantes.
A Maldição do Titã foi dose para mim. Eu não esperava que Percy e Thalia fossem brigar (eu era burro de não pensar que o filho de Poseidon não ia ter algum conflito com a filha de Zeus) e fiquei arrasado com a morte de Bianca. Em Deltora Quest ninguém legal morria. E fiquei também bastante triste pelo Nico. Nossa cara.
Terminei A Batalha do Labirinto e O Último Olimpiano bem mais rápido em relação aos outros livros. Eu fiquei muito feliz com o desfecho, com Rachel virando o oráculo, Grover sendo o Grover, Thalia com as caçadoras, Percy e Annabeth finalmente se beijando, Sr. D não sendo canalha, Quíron sendo o cara legal de sempre, Luke e outros morrendo, porém fazendo o certo no fim, os deuses triunfando, mais chalés e reconhecimento para os menores e Cronos destruído para nunca mais voltar. Ah e a mãe do Percy finalmente encontrando um cara decente.

Foi aí que minha mente se abriu para outros livros por escolha minha como Ranger's Ordem dos Arqueiros, Harry Potter, O Vendedor de Sonhos e encarei os da escola com muito mais facilidade, tipo Tom Sawyer, Os Meninos da Rua Paulo, Não Peça Sardinha Fora de Temporada, etc.

Um dia na livraria (por causa de Percy Jackson sempre que vou ao shopping quero ir na livraria) pedi para minha irmã Elaine procurar junto comigo um livro interessante. Descrevi um como Percy Jackson. E ela achou para mim O Herói Perdido, o início da série Heróis do Olimpo. Eu já tinha 13/14 anos e Percy Jackson para mim estava muito recente. Gostei muito, senti falta do Percy e de mais presença dos antigos personagens como Rachel, Grover, Annabeth, Thalia, Clarisse (até dela mano), mas gostei muito do trio Jason, Piper e Leo. Os três, eu achei o máximo. Também gostei do Dragão lá.
O Filho de Poseidon não teve o mesmo mistério de O Herói Perdido, já que eu já sabia porque Percy perdeu a memória e tal, mas gostei muito do Acampamento Romano que está mais para uma cidade. E de fato dividir o pessoal dos chalés só pelo deus que te concebeu é muito cruel se você for filho único do cara. Bem, eu vi a volta de Nico (muito mais sinistro) de Reyna (bem legal) e introduziu Octavian (fdp), Frank e Hazel. Apesar de simpatizar, não curti muito os novos personagens, achei meio sem sal, mas adorei a volta do cabeça de alga.

2013 finalmente chega no Brasil a Marca de Atena. Quando terminei, eu pensei comigo, eu esperei tanto para isso? Achei a história sem graça. Tipo, gostei que focou mais na Annabeth, mas não gostei muito que Jason e Percy, os mais poderosos ficaram tão pano de fundo. O triangulo amoroso Hazel, Frank e Leo para mim foi cansativo. Eu estava com 16 anos na época (idade que os personagens também estão no livro) e me perguntei então... Estou velho demais para essas histórias? Achei meio ruim porque já passei disso? Foi aí que questionei o fato de eu ter continuado Deltora Quest por tanto tempo, de comprar Ranger's e The 39 Clues e o fato de eu gostar tanto de ir na parte que ficava ao lado da área infantil.
No mesmo ano chegou no Brasil A Casa de Hades. Refleti comigo sobre esse negócio de idade. Se eu devia continuar as minhas leituras mais sérias como os livros do Myron Bolitar. O Acerto Final, Labirinto, Mortal Engines, Coleção Negra, quando eu decidi que tudo bem se eu continuasse as séries que comecei com a faixa etária recomendada só para ver como termina (isso inclui The 39 Clues e outros).
Assim eu encarei A Casa de Hades sem entusiasmo como eu encarei a trilogia dos Irmãos Kane (eu também só continuei para ver como terminava e com a expectativa baixa a experiência para mim foi melhor do que quando fui com alta) e me surpreendi o quanto eu gostei. Bem mais do que A Sombra da Serpente. Que livro, evolução do Nico e Piper, importância do Jason, Leo, Hazel e Frank fundamentais e também amadurecimento, a jornada do Percy e da Annabeth pelo Tártaro, eu voltei a sorrir.
Finalmente, 2014, eu com 17 anos e O Sangue do Olimpo. Para mim foi uma maravilha saber que era o último volume com Percy Jackson e que não teria que ler nunca mais um livro com seu nome escrito. Gostei muito de como Riordan dividiu a participação e importância para a trama entre Percy, Jason, Hazel, Piper, Annabeth, Leo, Frank, Nico, Reyna (esses 2 últimos se tornaram meus favoritos até), senti falta de Rachel, Grover e queria mais participação de Thalia e Tyson de novo, mas para mim o final foi excelente. E quando virei a última página, com uma sensação de paz que todos os heróis compartilhavam, eu pensei comigo "quero mais".
Rick Riordan, obrigado por criar Percy Jackson. E obrigado a todos os meus amigos (especialmente Vicente) por terem me influenciado a quero lê-lo. Se não fosse por isso tudo, eu nunca teria lido tanta coisa nessa vida e nunca teria escrito livro nenhum.
Se um dia virar um grande escritor, vou dizer: Percy Jackson foi quem me colocou no caminho.


sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Melhores Canais de Resenhas de Livros

É sempre bom ficar procurando livros nas estantes enormes das livrarias. Mas às vezes é frustante não encontrar nada e sair de mãos abanando. Sim, se tratando de livros e livraria sou como uma mulher rica em loja de sapato, com a diferença de eu não ser rico e por isso também às vezes eu saio de mãos abanando por causa do preço e vou procurar no Buscapé.
Mas, também é muito legal ir com um objetivo. Um alvo. E quem melhor para indicar do que aquele que já leu o tal livro? Com vocês, os melhores canais do Youtube sobre livros. Visitem cada um deles, se inscrevam e essas coisas. Estou fazendo propaganda gratuita? Sim, mas vale a pena para divulgar o trabalho dessas pessoas.

-Perdido nos Livros
Quer um cara gente boa falando de livros e fazendo outros vídeos bem dahora? Achou. https://www.youtube.com/user/Perdidonoslivros/videos

-Minha Estante
Um canal com diversos livros, sempre inovando e com bom humor claro, Minha Estante é obrigação para aqueles que curtem uma resenha de livro, sendo um dos maiores e mais famosos canais do Youtube desse tipo, imperdível https://www.youtube.com/user/minhaestante

-Dossiê de Livros
Ainda começando, mas já evoluindo. Dossiê de Livros fala de livros famosos e também daqueles que ninguém mais comenta. Deem uma conferida, sempre é bom apoiar novos trabalhos.
https://www.youtube.com/channel/UCxQqVUbdHs6xOHmSNklNirg

-Ps. eu te li
Duas meninas simpáticas e alegres dão boas dicas de leitura 100% garantidas. Ps. eu te li é um canal mais para o público infanto-juvenil e juvenil. Por isso, se você é jovem ainda amanhã velho será, por isso aproveite bons livros dessa faixa etária. Vale ressaltar que o canal não é só de resenhas. https://www.youtube.com/user/pseuteli

-Mariana Gastal
Uma das pessoas mais antigas nesse ramo por assim dizer, Mariana foi uma das que mais inspirou pessoas a quererem fazer vídeos desse tipo. Calma, sincera e feliz, ela manja muito dos livros, que vão desde 1984 e As Crônicas de Gelo e Fogo aos mais simples e menos populares. Não deixe de ver https://www.youtube.com/user/oimarianagastal

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Blogueiros Perseguidos

Eu já tinha feito um post sobre blogueiros perseguidos http://walterlino-waltrinia.blogspot.com.br/2013/10/blogueiro-uma-profissao-de-risco.html e aqui vão mais três pessoas preocupadas em divulgar a verdade e ir contra as mentiras e injustiças. Faço essa lista para que mais pessoas saibam que elas existem e como o trabalho delas é importante para suas sociedades, seus países e quem sabe para a humanidade.

Hilath Rasheed (Maldivas)
Ismail Khilath Rasheed, ou só Hilath, sempre postou sobre a importância da tolerância religiosa e também muita controvérsia, sendo considerado pelo Reporters Without Borders um dos jornalistas mais importantes e um dos principais defensores da liberdade de expressão em seu país. Trabalhando como editor, logo foi acusado de uso de drogas, homossexualismo e ateísmo (as 2 últimas nem deviam ser crime) por suas reportagens sobre direitos humanos. Aí começaram as ameaças de morte e também surgiram aqueles em seu apoio.
Em 2011, seu website foi fechado pelo governo local, com a acusação do site ter material anti-islâmico. Hilath falou que naõ passou de censura sunita (maioria no país), o caso foi parar até na ONU que condenou, junto com vários jornalistas, o fechamento, dizendo que era mesmo perseguição religiosa e uma ameaça à democracia de Maldivas. No mesmo ano fez uma manifestação, no qual recebeu uma pedra na cabeça e depois foi preso acusado de ir contra a constituição. A Anistia Internacional condenou a prisão. Hilath acabou libertado depois.
Em 2012 sofreu mais um ataque, dessa vez esfaqueado no pescoço, sobrevivendo por pouco. Um ministro condenou o ataque, dizendo ainda que falar de religião sempre atrairia extremistas que não concordam com sua opinião.

Nelson Bocaranda (Venezuela)
Comentarista e jornalista investigador (foi o primeiro a noticiar o câncer de Chávez), estudou jornalismo numa universidade em Caracas, e trabalhou para rede de TV RCTV em 1980, se mudando para a Venevisión em 1990 trabalhando com seu professor de jornalismo. Ele trabalhou em várias emissoras e rádios a partir daí, tendo sua própria coluna semanal, premiado e considerado por muitos como um dos melhores jornalistas da Venezuela, sendo conhecido fora do país também.
Ele é um dos opositores do governo de Maduro. Já teve sua conta no Twitter hackeada, fazendo-o parecer que postava mensagens em apoio a Palestina, Maduro e o ex-diretor da inteligência Hugo Caraval, detido em Aruba. Segundo Bocaranda, ele já escapou de tentativa de sequestro e excreção pública.

Mahmood al Yousif (Bahrein)
Também conhecido como The Blogfather, sendo um dos mais influentes blogueiros e ativista político de seu país. Seu blog discute a política local e mundial, muitas vezes criticando o governo do Bahrein. Também fala de suas opiniões religiosas, eventos e cultura, além do seu dia-a-dia.
Empresário, pai de 3, já foi engenheiro com autorização para pilotar comercial. Começou a participar de causas socio-políticas em 2006 na campanha Just Bahraini, que visava a paz entre xiitas e sunitas, além de apoiar a liberdade de expressão no Bahrein e na internet. Logo, um ministro do país o acusou de difamação. Em resposta, Al Yousif criticou o mesmo, Mansoor bin Rajab, chamando-o de insignificante no conselho e criticando seu ministério (municípios e agricultura). Em 2011 foi preso com outros 2 ativistas, com acusações questionadas por organizações de direitos humanos.

Se você concorda com o que eles postam ou não, eu não sei e também não digo que tudo que eles falam seja verdade (provavelmente só 99%), mas quando uma pessoa é perseguida, presa ou sofre qualquer tipo de ataque, é um ataque igualmente ruim como acontecido na Charlie Hebdo por causa do seu significado.