Os Maiores Samurais da História - parte 2

Olá caros leitores. A minha publicação Os Maiores Samurais da História http://walterlino-waltrinia.blogspot.com.br/2013/01/os-maiores-samurais-da-historia.html, é o post mais popular do meu blog, com mais de 1300 visualizações, e pesquisando e procurando um pouco mais, eu achei mais nomes de notáveis samurais e aqui está a lista deles com seus nomes e feitos. Não percam a parte 3.

-Kawakami Gensai
Esse lendário samurai viveu entre 1834 e 1871, nascido em Kumamoto, sendo também o maior dos hitokiri, os hitokiris eram um grupo de 4 samurais contrários ao xogunato. Na juventude, dado para ser criado por outra família (já que seu irmão mais velho virou o herdeiro de sua família biológica), recebeu todos os ensinamentos de luta, não vencendo muitas, considerando o treino apenas um jogo. Apesar de seu físico não ser característico dos guerreiros, podendo ser confundido com uma garota, matou muita gente. Ficou famoso por cortar ao meio um oficial do governo em plena luz do dia.
Na restauração da Era Meiji, período em que os samurais foram "dispensados", Kawakami Gensai, contrário as ideias do governo (como abertura para o Ocidente), matando oficiais e soldados; preso, foi solto e mudou de nome Takada Genbei, virou oficial militar, professor, mas sobre falsas acusações foi preso e executado. Ele tinha ideias xenófobas e isolacionista, pois servindo em Edo viu o xogunato aceitar tratados injustos do comandante Perry. No entanto, relatos apontam que Gensai não se esquecera da integridade e moral dos companheiros e vítimas por ele mortos. Sua imagem e história foi ainda usada para fazer o personagem Himura Kenshin do mangá e anime Samurai X/Rurouni Kenshin. Em sua morte, ele deixou a esposa Misawa Teiko e o filho, Gentaro.

-Saigo Takamori

Nascido em Kagoshima em 1828, vivendo até 1877, Takamori foi um importante político e samurai, sendo considerado o último verdadeiro samurai. Começou como samurai da classe baixa, na época em que o Comandante Perry chegou ao Japão e com as mudanças por vir, duas frentes se formaram, as que apoiavam o xogunato e outros que exigiam a dissolução deste e a expulsão dos estrangeiros, Takamori lutando por este lado. Convidado para ir a Edo numa missão diplomática, foi surpreendido pela Purga Ansei (movimento do Xogunato para eliminar os contrários ao comércio com estrangeiros). Tentou se matar por afogamento, mas foi pego, voltou para Kagoshima e foi exilado nas Ilhas Amami. Em 1861, voltou para sua cidade, sendo perdoado e enviado como assistente em Kioto.
Takamori ao mesmo tempo que trabalhava para o governo, também negociava com os rivais e opositores. Na restauração Meiji, contrário ao novo imperador xogunato, liderou as tropas contra Edo na Guerra Boshin que terminou com a destruição do Xogunato e a era do novo imperador, a Restauração Meiji. Nessa nova era, Takamori foi um conselheiro que cooperou com a substituição dos feudos por prefeituras e o exército recrutado. Assumiu provisoriamente o poder quando os políticos mais importante viajaram para Europa e EUA. Em seu governo, mostrou sua contrariedade a imitação do Ocidente e a favor de anexar a Coreia, que não reconhecia o imperador Meiji como chefe de estado.
Quando os políticos voltaram, foram contra a ideia de invadir a Coreia (por falta de dinheiro e desvantagem em relação aos países ocidentais) e assim Takamori renunciou ao seu cargo e voltou para Kagoshima, onde fez uma escola para samurais que também renunciaram ao governo central. Resultou então num conflito entre esses rebeldes e o governo, a Rebelião Satsuma, o exército imperial maior e melhor armado ganhou facilmente. Takamori, ferido, pediu que um companheiro o decapitasse para preservar sua honra e assim foi.
Takamori lutou com uniforme ocidental e os rebeldes utilizaram armas de fogo, mesmo pregando o código samurai, mas Takamori dizia que quando as armas acabassem, lutassem com as espadas, arcos e setas. Ocorreram depois lenda de que ele e outros escaparam para a Ásia e um dia retornariam.
O governo Meiji em reconhecimento a seus feitos com o país o perdoou em 1889 e fez duas estátuas dele. Ele serviu de inspiração para o personagem Katsumoto no filme O Ultimo Samurai.

-Oishi Yoshio
Nascido na província de Harima em 1659, vivendo até 1703, foi o líder dos 47 Ronins. Servo de Asano Naganori, que cometeu seppuku após uma tentativa frustada de matar Kira Yoshinaka em Edo. Por 2 anos, Oishi supervisionou o castelo de seu antigo mestre, conspirando em Geisha e Kioto para assassinar Kira após frustar em restaurar a casa Asano. Nesse período, ele ficou famoso por sua honra e capacidade.
Em 1703, ele, com 46 ronins, atacaram o palácio de Edo, matando Kira. Com os 45 ronins que restaram depois, todos cometeram seppuku. Oishi restaurou assim algumas terras para o clã Asano que se reergueu. Oishi tinha sangue Asano de gerações anteriores e era casado com uma filha de Naganori.


-Tokugawa Ieyasu
Um dos unificadores do Japão (sendo o único coroado xogum, coisa que não conseguiram Oda Nobunaga e Toyotomi Hideyoshi) , viveu de 1543 até 1616, foi o fundador do primeiro Xogum Togukawa, que durou de 1600 até a Restauração Meiji. Nascido em Mikawa, seus pais se separaram cedo, e ele teve 11 meio irmãos e irmãs. O clã de sua família se dividiu em Imagawa e Oda, o que resultou em mortes no feudo e dos parentes dele. No meio das disputas políticas, Ieyasu com 6 anos vira refém de Oda Nobuhide. Depois de um cerco feito ao castelo de Oda após a morte de Nobuhide, Ieyasu ficou com o clã Imagawa.
Casado aos 16 anos, voltou para Mikawa e continuou a luta contra o clã Oda. Numa luta após a morte do líder Yoshimoto para Oda Nobunaga, que tendo como reféns sua esposa e filho, Ieyasu virou a casaca.
No meio de um conflito com alianças e ataques de casas, Ieyasu assumiu o nome Tokugawa (alegando assim ser herdeiro do clã Minamoto, mesmo sem provas) e começou a atacar os monto, monges com templos em várias partes do país e com influência política. Ambos os lados com mosquetes.
Continuou com seus jogos políticos, quase sendo totalmente esmagado por Takeda Shingen, mas conseguiu se reerguer. Por fim, após várias batalhas e perder sua esposa e seu primogênito acusados de conspirar contra o aliado Nobunaga, ele assumiu neutralidade após conquistar Kai e não tomar partido no ataque à Coreia de Hideyoshi e sua guerra de unificação. Em 1593, após mais jogadas políticas, Hideyoshi fez um conselho de cinco para governar o Japão quando ele morresse até seu filho crescer. Após a morte de Hideyoshi e um dos conselheiros, Ieyasu tomou o castelo real e numa guerra entre os que o apoiavam e eram contra, terminou com a vitória de Ieyasu, exterminado clãs e rebaixando o herdeiro de Hideyoshi para cidadão.
Foi nomeado xogum pelo imperador e abdicou para se aposentar e passar o cargo para o filho. Mesmo aposentado, era ele quem de fato governava, com relações com Espanha e Holanda e banindo todos os cristãos. Hideyori, herdeiro legítimo de Hideyoshi que morava no castelo de Osaka sofreu um cerco ao se aliar a samurais opositores a Ieyasu, que saiu vitorioso, mas gravemente ferido, morrendo doente logo depois.

-Tomoe Gozen
Uma das poucas mulheres samurais (ou bugeisha onna) que existiram, Tomoe (1157 até 1184) veio de uma família de samurais, em casa mesmo já aprendeu a arte da naginata, uma técnica com espada que todas as mulheres aprendiam para defender o lar. Ela lutou nas Guerras Genpei entre os clãs Taira e Minamoto. Em 1184 tomou a cidade de Kioto. Gozen foi um título dado a ela, normalmente concetido às mulheres, alguns homens também já o receberam. Relatos dizem que era uma mulher belíssima de longos cabelos negros e muito corajosa. A guerra terminou com a vitória do clã Minamoto e com o marido dela, Minamoto no Yoshinaka, sendo acusado de conspiração contra o clã pelo xogum, fazendo o imperador declará-lo como inimigo do estado e exigindo sua cabeça.
Não se sabe ao certo que fim ela levou, alguns dizem que ela morreu na Batalha de Awazu com o marido. Mas há também relatos que indicam que seu primo mandou que ela fugisse quando estavam perdendo, pois não queria morrer na presença de uma mulher (o único fato comprovado é que ela matou e decepou líderes importantes do inimigo na batalha e que se retirou depois da matança). Outros dizem que após a batalha, desistiu da espada, foi tomado como esposa por Wada Yoshimori e quando este morreu ela virou freira. Também há controvérsia se ela existiu ou não, embora haja mais indícios de que sim do que não.