quinta-feira, 21 de abril de 2016

Um Som Diferente (Filme) e o Mundo de Hoje

Ontem eu estava sem nada para assistir, fui zapeando pelos canais, pois não tenho acesso ao Netflix na TV da cozinha, quando cheguei ao TCM, canal que eu gosto muito, pois eu penso "se está no TCM é porque é bom", afinal, só tem clássicos. E eu gosto muito de filmes e séries antigas, até hoje lamento que tenham parado de exibir Agente 86, mas você ainda pode se divertir com Bonanza, Alf-O Eteimoso ou mesmo com Xena - a Princesa Guerreira.
Bem, o filme em questão era Um Som Diferente, a sinopse me chamou a atenção. Garoto tímido que faz uma rádio pirata na escola e começa a mudar tudo.
Mark é um estudante tímido que começa essa rádio e como um doido vai falando tudo que lhe vem a cabeça ou que ele já vinha pensando e refletindo a muito tempo sobre a escola e sua vida de adolescente. Eu admito que olhando para meu período de ensino médio, eu só penso mano, olha o que eu tive que aguentar. Pressão de todos os tipos, ir bem na escola, estudar bastante senão você não seria ninguém na vida e iria amargurar por não ter um emprego, sem muitas amizades, sem namorada, nada perto disso, a raiva da rotina... Nossa!
E a partir daí os alunos da escola ficam viciados em ouvir Happy Harry Hard On, ou como ficou na dublagem, Harry Pica Dura. Tem uma cena muito legal que os estudantes da escola decidem fazer loucuras e foi muito legal essa cena, quem nunca não quis fazer uma loucura? Esbravejar? Descontar tudo que guarda para si mesmo?
Eu sei que parece mimimi, mas tem horas que há sofrimento sim.
Sofrimento a ponto de alguém se matar.
Mark, ou Harry, sabia que havia algo de errado na escola, mas não sabe o que fazer, pois seu programa está saindo do controle. As pessoas, diga-se os adultos, falam mal dele, especialmente o conselho da escola e a diretora tirana. Essa diretora é má mesmo. Não é como o que vemos em Curtindo a Vida Adoidado ou O Clube dos Cinco, não, é má mesmo.
Curtindo a Vida Adoidado e O Clube dos Cindo mostram a adolescência dos anos 1980, dos dramas, das pressões, dos medos, mas de um modo bem mais suavizado, com diversão e bom humor na maior parte do tempo, Um Som Diferente é bem mais hardcore. Não quero dizer que o filme não tenha momentos divertidos, tem vários, mas são cenas que não são "bonitinhas" como nesses dois filmes citados.
Mark não sabe o que fazer, se continuar podem pegá-lo e ele também não tem certeza se o que faz é bom, mesmo que sua voz distorcida na rádio ajude os alunos a aguentarem mais um dia na escola, ou lhes dá um pouco de liberdade e alívio, e até ajuda pais e professores a quebrarem a tirania da diretora. Mas a real é que ele não tinha intenção de revolucionar, ele só queria desabafar.

O rádio não tem mais a força de antigamente, mas em compensação, na internet qualquer um pode se expressar e assim como Mark, usar uma máscara. Às vezes literalmente, como são os casos, aqui no Brasil, do cara do esquilo, Contente do ContenTV e o Otário do Canal do Otário.
Pensando bem, PC Siqueira é o nosso Mark da vida real. Um cara irrelevante que decidiu falar sobre suas reflexões e que muitos jovens da idade dele ou mais novos simpatizaram e concordavam com o que ele dizia.
É uma pena que os vlogueiros estejam tão mais para entretenimento do que antes, quando falavam de assuntos sérios ou algo diferente.
Assistam o filme, eu acho que vão fazer vocês terem bastante reflexões.

4 comentários:

  1. Curti a reflexão. Passei pela mesma situação, porque estava sem nada para ver e me deparei com esse filme que é muito bom e pouco comentado.
    Taffarel Silva - São Gonçalo RJ

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    1. Valeu pelo cometário Taffarel, realmente me surpreendi com o quão pouco se tem desse filme na internet, principalmente em português, cara, sendo um filme que fiz questão de assistir até o fim, eu tinha que escrever algo sobre ele.

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  2. Hoje mesmo está passando, neste instante. Advinha onde? No TCM.E realmente é muito bom o filme. Pelo tema que trata e da forma como trata. É o tipo de filme em que todos se identificação. Pelo menos os adolescentes que passarem pelas mesmas coisas. Eu então, quando vi o filme me identifiquei na hora. E as pessoas costumam dizer que foi a última geração que prestou (comentário de uma pessoa em outro site sobre o filme em questão). Como se a geração dos anos 90 não significasse nada. Muito pelo contrário. Se você não tem noção do que acontece a sua volta e o motivo disso. Fica realmente ter uma opinião e consequentemente se expressar. Pode parecer meio confuso o que digo, parece não ter relação com o tema do filme. Mas tem. A questão é justamente essa. Os adultos versus os jovens. Onde os primeiros estão sempre certos e sabem o melhor. Nem sempre todos estão certos. O problema é que quando se é criança e jovem, os adultos tentam impor um "mundo todo preparado", e só percebemos que esse mundo é falho quando estamos no final da adolescência e início da fase adulta. Momento em que percebemos que não havia razão de ser para algumas de nossas incertezas.

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    1. Boa reflexão cara, realmente essa fase da vida é bem assim. Seu comentário agregou bastante ao post.

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