segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Séries Que Fugiram Do Caso Semanal

É muito legal assistir séries de investigação, de verdade. O problema é que alguns não gostam porque cada episódio é um caso um caso. Acabou. Fim de papo, vamos para o próximo caso, em que pouco se desenvolve de fato numa linha contínua e, apesar do desenvolvimento de personagens, se uma pessoa começa a assistir na terceira temporada no episódio 5, compreende perfeitamente tudo que está acontecendo.
Mas algumas séries que começaram assim saíram disso.
O maior exemplo que posso citar é Person of Interest. A primeira temporada, com exceção do passado das personagens, foi completamente um episódio, um caso. A segunda temporada também caminhava para isso, quando o final da segunda temporada mostrou que há Christopher Nolan e J.J. Abrams por trás e que eles não iriam ficar com isso tendo em mãos uma série com potencial tão grande e a expandiram mais e mais, fazendo com que mesmo a CBS meio que exigindo o formato de caso da semana, eles contornassem isso com tramas e arcos paralelos e ainda fazendo um caso ter ligação com o outro, especialmente nos casos com o RH, A Vigilância e com a criação do Samaritano.


Outro exemplo é Warehouse 13 que seguia mais ainda à risca o negócio, tendo um casal de investigadores como já vimos em Arquivo X, Bones e Castle. Mas na segunda temporada tivemos uma trama que envolveu todos os episódios da série de artefatos mágicos e históricos com tantas referências que fazem qualquer adorador de história ter ataques de felicidade. E não foi diferente para a terceira e para a quarta temporada, com vilões centrais fortíssimos e roteiros muito bem amarrados que prendiam a atenção do telespectador.
Sleepy Hollow não fugiu porque nunca esteve, mas as chances de ser um caso por semana, como indicavam o primeiro episódio, eram gigantescas. Mas para a sorte de alguns fãs, isso não se concretizou e cada episódio só acrescentava mais e mais a trama que ia sendo construída, é como se POI fez, só que tirando os casos semanais como os da primeira temporada. E não é a toa que hoje é uma das séries que mais alcançou público. E sim, tinha muita chance disso, ora essa, boa parte da série se passa numa delegacia e personagens principais são detetives ou policiais. E ainda tem os casos em que há chamada para alguma investigação, que é o que eu falei sobre acrescentar a trama.
O fato é que muitas séries recentemente estão fazendo isso porque aprenderam com os erros de outros que um caso por semana, apesar de dar audiência, aos poucos ela vai sendo perdida, ou então a série vai se desgastando até que ficar amargurada. House sofreu disso, mesmo com todas as novidades nos roteiros, não foi o bastante.
Lie To Me eu considero o exemplo máximo disso. A série foi cancelada por baixa audiência e mesmo com muitos reclamando que foi injusta, eu acho que ainda há um volume maior desses porque não deu tempo dela se desgastar. Nos primeiros episódios parecia que haveria um belo de um desenvolvimento de alguma trama, quando parava ali mesmo, como foi com a mulher do Lightman, com o caso de suicídio da mãe dele e outros.
Até Bones e Castle, que não tem a liberdade de desenvolvimento como POI com uma IA super-avançada, estão indo além disso, pouco, mas estão, apostando mais no romance, na química dos atores, num negócio mais novelesco.
Que fique claro que eu gosto de todas as séries que eu cite neste post, mas fato é, eu, e muitas outras pessoas, gostamos quando as séries fogem do caso semanal.

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