quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Sou palmeirense. Era para eu estar super feliz com o título do Brasileirão 2016. Foram 22 anos sem conquistar o nacional. Um time que passou por vários problemas desde econômicos a administrativos, e víamos isso com times medíocres e ruins, tanto que foi rebaixado duas vezes para a série B, quase rebaixado outras duas, mas que conseguiu se reerguer, porque futebol também é superação. 

Mas para dizer a verdade se a CBF aparecesse e dissesse "não, vamos dar esse título para o Flamengo porque sim"... Eu não me importaria. Isso não me importa mais. Não há motivos para festa. Nem celebração, não enquanto um outro time, o time com o qual o Palmeiras jogou e foi campeão ao derrotá-los por um a zero com um gol de um ex-jogador deles. Não há motivo para sorrisos depois do que aconteceu com a Chapecoense. 

E cada vez mais que conhecemos mais a fundo esse time, seus dirigentes, comissão técnica, jogadores, sua cidade, cada vez mais que adquirimos mais informações sobre eles, maior fica a vontade de chorar. Eu não sou uma pessoa de chorar fácil. Nem no futebol eu já chorei. Já gritei muito, de raiva, frustração, felicidade, alegria... Mas tristeza nunca. E foi o que fiz quando soube que o técnico Caio Jr. estava morto. Antes eu achava que esse negócio de colocar filtro na foto do Facebook era bobagem. Agora eu sei como mostra apoio e solidariedade. Que não é uma modinha, mas um sentimento. 

Eu queria desabafar um pouco antes de começar com o texto que aborda o que de fato me motivou a escrever este post. Catraca Livre, ATEA e o Não Me Kahlo. 

Vou começar pelo coletivo feminista. Acho que nessas horas as declarações mais simples são melhores. Por exemplo, dizer que sente muito, para alguns pode até soar meio falso de tanto que é utilizado, mas tem ouvidos que só de escutarem essa simples frase já ficam muito agradecidos. No caso do coletivo Não Me Kahlo, não estou aqui para julgar nada do que digam ou façam, nem digo que o pessoal dele agiu de modo errado, mas quero mostrar o que aconteceu. 



Então, nesse caso nem houve tanta repercussão negativa, e se houve foi por causa disso que fizeram o update no final, o que mesmo assim não impediu alguns poucos de reclamarem na internet. Entendo que seja um coletivo feminista que queira defender as mulheres e, de fato, as ideias trazidas no texto, eu sou totalmente a favor, não vejo nada de errado. Não gosto de reportagem que fica insistindo em falar com familiares de vítimas, pelo menos deixe esperar algumas semanas para a pessoa se recuperar.

Mas então, a reação negativa já é explicada no próprio update, que é o fato de que estão todos desolados pelos jogadores. Talvez tivesse sido melhor ter começado o texto falando deles e depois também sobre as esposas, mães e namoradas. Como um acréscimo, afinal, foram eles que morreram no avião. Se colocassem algo de contraditória, como um "mas" ou um "porém", exemplo: lamentamos muito por eles, mas e quanto as mulheres? - Não ficaria legal porque nesse caso lembra as pessoas que nessas horas falam de pena seletiva falando das crianças da África, como se uma vida valesse mais do que a outra ou como se quisesse impor com quem você deve se solidarizar.

Mas no geral é só isso, o updta que fizeram foi bom e resolve rápido a questão. Mas enfim, eu acho que tem vezes, e essa é uma delas, em que uma imagem vale mais do que mil palavras.


Agora.... ATEA. O que está acontecendo? Eu sou agnóstico, mas estou começando a achar que essa página quer mesmo não debater religião, ateísmo, fazer uma piada ou outra e quebrar algumas falácias cristãs, especialmente quando interferem na ciência ou na política. Porque que posts foram esses?

Ok, não vou julgar aqui os posts, mas eles dão muito a entender que estão tirando sarro e deboche das vítimas, especialmente esse primeiro do treinador. Tudo bem que vocês possam se ver como aquele que chega com opinião firme e bate na cara porque de outro jeito não te entendem ou não captam a mensagem, mas é no mínimo pesado isso. Sobre a foto dos jogadores rezando, esse me fez ver que vocês não são ateus ponto. Ateu simplesmente não acredita que Deus exista. Isso aí já é ser contra a religião mesmo, a não ser que seja mais piada do que crítica, mas estou falando dos efeitos, e os efeitos seriam os mesmos em ambos os casos.

Fora que esses aí que estão rezando não é o time da Chapecoense e sim o time do Palmeiras.

Sei lá... Uma pessoa para ser religiosa não precisa necessariamente dar algo para a Igreja. Muitas creem em Deus de graça, por assim dizer. E parece um pouco desrespeitoso. E essa nota de pronunciamento tem um tom bastante arrogante, para ser sincero. E esse último post que pode ser um inbox verdadeiro ou não, eu acho estranho terem printado, mesmo que mantendo quem mandou de forma anônima, sendo que pedia para não tirarem print.

Eu ia falar do Catraca Livre... Mas acho que não preciso dizer nada.