quarta-feira, 25 de maio de 2016

The Eichmann Show - Crítica

The Eichmann Show, filme feito para TV pela BBC e que conta com Martin Freeman no elenco. Para aqueles que não sabem, Adolf Eichmann era uma figura importante na SS do seu xará Adolf Hitler. Ele mandou milhões de judeus, muitos eram crianças, para a morte. Antes de ver esse filme, eu já tinha lido a história dele (afinal, Hitler não agia sozinho, tinha Gloebbels, Goering, Himmler, etc.) e também o documentário Caçadores de Nazistas, que mostrava os agentes de Israel procurando por nazistas fugitivos na Europa e na América Latina. Muitos nazistas foram encontrados assim, embora outros tenham desaparecido até hoje. Há um episódio que mostra justamente a captura de Eichmann que vivia na Argentina e seria levado para Israel, onde seria julgado por seus crimes.
O filme foca na dupla Milton Fruchtman e Leon Hurwitz. Fruchtman, interpretado por Martin Freeman, nosso querido John Watson e também Bilbo Bolseiro, é o chefe da equipe em Israel que irá transmitir para o mundo inteiro o julgamento de Adolf Eichmann. O julgando será filmado, transmitido ao vivo no rádio e para a TV e gravações serão levadas para o mundo inteiro. Hurwitz, irá dirigir toda a gravação, em seu primeiro trabalho logo após ficar fora da Blacklist, a lista negra feita nos Estados Unidos contra as pessoas de cinema que eram suspeitas (ou eram) de serem comunistas.

Tempos de Guerra Fria.

Como já vimos no filme Trumbo, essa foi uma época difícil para esses diretores.

O filme mostra todas as dificuldades no jornalismo, primeiro porque apesar de ser algo muito importante, as pessoas se entediam fácil e no começo o julgamento é realmente maçante, cheio de discursos e tal. E ainda há a concorrência, que na época era a Corrida Espacial e a Revolução Cubana. É nessas horas que é preciso torcer para que algo tão relevante não caia em detrimento de outros eventos que chamam mais audiência, embora nem sempre isso seja possível.

O filme também mostra como o julgamento de Adolf Eichmann foi importante, com os sobreviventes do Holocausto contando seus relatos horríveis e angustiantes na época dos campos de concentração. Mostrando também como os profissionais da área de comunicação devem se comportar de forma exemplar, sem se levarem pela emoção, embora seja muito difícil em situações como essa, afinal, produtor, cineastra, jornalista, todos são humanos.
E aqui vemos uma das maiores provas de como os meios de comunicação podem ser importantes. Os judeus finalmente contando suas histórias com as pessoas enfim ouvindo e acreditando, não assumindo que era exagero, prestando atenção. Percebendo o horror que aconteceu na Europa durante a Segunda Guerra que ia além de Aliados VS. Eixo.

As atuações no filme estão muito boas, como é típico de documentários britânicos. Martin Freeman parece estar sempre na mesma personagem (mais do que o Johnny Depp na minha opinião). Em O Guia do Mochileiro das Galáxias, Sherlock, The Hobbit, Capitão América - Guerra Civil, mas não vejo isso como algo negativo. Os personagens sempre se encaixam no padrão de atuação dele, e neste filme ocorre o mesmo.
Anthony LaPaglia que faz Hurwitz e os atores que fazem a equipe de produção israelense dão toda a carga dramática que ocorre por trás das câmeras, se destacando mesmo com os lamentosos relatos dos sobreviventes do Holocausto.
Vaidotas Martinaitis eu não sei se é um bom ator, mas foi competente pelo menos, ao ser Adolf Eichmann, que mesmo sendo bombardeado com todas aquelas histórias, inclusive imagens dos corpos sendo empurrados por escavadeiras em valas nos campos de concentração, manteve-se totalmente neutro. Frio. O que é algo diferente do que vemos no filme Eichmann de 2007, em que ele expressa emoções, e bem fortes.

Um bom filme de uma boa história que poucas pessoas conheciam, como foi feito a transmissão do julgamento de Adolf Eichmann. O ex-oficial nazista foi condenado e enforcado, suas cinzas jogadas ao mar, caso alguém queira saber.

E é isso, até a próxima, e vou ver se faço uma crítica de um filme que dessa vez não esteja relacionado ao nazismo, já que o último foi do Ele Está De Volta.