quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Os Erros de Heroes Reborn

Lembrando que essa é minha opinião só. Eu gostava bastante de Heroes, a primeira temporada talvez seja a que mais me deu gosto de acompanhar na vida. Sério, era muito foda a série. Acho que nem Game of Thrones nem Doctor Who me fisgaram assim. Assisti na Netflix.
Na segunda temporada, eu diminui o ritmo. Na terceira eu diminui mais ainda. Na quarta vi os primeiros episódios e desisti de ir até o fim. Coisa que não tinha feito nem com Lost. Eu vi Lost inteiro. Mereço um prêmio por isso.
Enfim, a NBC já falou que não pretende mais tentar trazer Heroes de volta e aqui vou listar o que eu acho que levou ao fracasso.


-Época.
Trazer Heroes de volta fazia sentido. Até 2012 em que surgiu Os Vingadores no cinema. Heroes ficou muito deslocado no tempo, tempo em que ganham o público heróis engraçados e divertidos da Marvel, enredos bem bolados de X-Men e histórias sombrias que a Warner está fazendo com as HQs da DC. Uma época em que não só o estilo já não faz sucesso como também enfrenta uma brava concorrência.

-Sem Inovação Real
Embora na história mude pelo fato do mundo inteiro saber das pessoas com habilidades, chamadas de Evos (de evolution, mas que só me fez lembrar do Evo Morales), o esqueleto é o mesmo. Pessoas diferentes tem seus poderes e então algo os une para enfrentar um grande mal. Como em todas as temporadas de Heroes. E queria ganhar com isso de séries como The Strange, The 100, Arrow, The Walking Dead, Flash, Jessica Jones, Demolidor, Orange Is The New Black, Black Mirror, enfim, séries que já estão consolidadas a bastante tempo.

-Goela Abaixo
Na trama precisamos aceitar que um grande mal se abateu sobre os evos e as pessoas que os apoiavam por uma sociedade igual e então as pessoas passam a culpar justamente as principais vítimas. E que ainda por cima Luke Collins (Zachary Levi) levou de boa, pelo menos no começo, o fato da esposa, Joanne (Judith Shekoni) matar um inocente e gostar e então partir numa cruzada contra os evos. Além dos efeitos especiais ruins. Baixo orçamento? Fizesse como na primeira temporada, muito boa e que não precisou de muito trabalho.
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-Personagens Ruins
Já falei das falhas do casal Collins, agora vou falar da coisa que eu menos gostei na série: Miko Otomo (Kiki Sukezane). O arco do Hiro Nakamura, uma das personagens da TV que eu mais gosto, no Japão, foi um porre. Os outros também não foram muito melhores, nem quando ele ficou doente. O da Miko também foi um dos mais chatos. O arco dela com o Ren (Toru Uchikado, que me lembra muito o garoto de Operação Big Hero 6) era até irritante de assistir de tão bobo, não era um bobo engraçado e não tinham uma química que funcionasse como a dos atores do Hiro e Ando. Fora que a parte do vídeo game, mundo virtual, a ideia para o roteiro até foi boa, mas mal executada e principalmente pelos efeitos gráficos que só impressionariam em 1995, hoje já estamos numa época em que tudo é realista o máximo possível.

-Mata os Personagens Legais
Alguns personagens legais de Heroes voltaram, entre eles o Haitiano que sempre esteve envolto de mistério e Molly Walker, que possuem poderes muito legais como o de anular os poderes dos outros/apagar memórias e o de localizar indivíduos em qualquer lugar. E eles são mortos. Ops, tem o doutor Suresh... Não, descartado também.
E dos novos, pra dizer a verdade o grupo que tinha se reunido na igreja parecia ter mais potencial do que os principais. Pena que foram mortos no piloto. Casper Abraham era um personagem bem interessante, pena que os caras dessa série tem uma cota para matar, senão fica muito complicado para eles trabalharem com tantos personagens e por isso também o mataram.
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-Efeitos Especiais
Os efeitos especiais merecem um tópico, apesar de já mencionados. Os caras foram com uma mentalidade muito de 2006, não é mais assim. Gasta-se mil dólares para matar um zumbi em The Walking Dead. Game of Thrones já tem orçamentos maior do que filmes de Hollywood. A cidade para a sobrevivência na Terra do futuro, o mundo virtual de RPG samurai, o tornado gigante, já passou a época. Até os efeitos de Doctor Who evoluíram.

Mas a série teve pontos bons. Veja-os a seguir:
-Personagens
Não foram só personagens ruins ou mal trabalhados. Noah Bennet foi escolha acertada para ser o protagonista da série, elo perfeito com a série cancelada e essa nova, um personagem que sempre conseguiu se destacar mesmo não tendo poder nenhum. Essa era coisa que me irritava, todo personagem sem poderes ou morria ou era mal aproveitado ou ganhava um poder para ficar mais interessante.
Tommy Clark com seu poder de deslocamento, Carlos Gutierrez se tornando um vigilante, a vilã Erica Kravid, o cara da teoria da conspiração Quentin Frady, Malina Bennet e seu poder de controlar as coisas ao seu redor (não entendi direito o que ela faz), Phoebe Frady e seu poder das trevas, o capanga Harris Prime e seu poder de se multiplicar cortando partes de seu corpo e a partir delas crescendo novos indivíduos idênticos, Farah Nazan e seu dever de guardiã com a jovem que salvará o mundo, Taylor Kravid se rebelando contra sua mãe maligna.
Fora a volta de Angela Petrelli, Hiro Nakamura (metade da audiência foi de pessoas querendo ver o Hiro de novo), Micah Sanders e seu grupo da liberdade e justiça, e é claro, Matt Parkman, dessa vez no time dos vilões. Um dos telepatas mais habilidosos. Essa foi muito bem acertada.
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-Roteiro
Mais uma vez, o roteiro apresentou um mistério, vários arcos que quando ligados solucionam o caso e dão um "ah, então era isso, que legal". Não foi tão brilhante ou viciante como a primeira temporada, mas acho que foi o roteiro que chegou mais perto.

-Elenco
O elenco foi bem acertado. Os atores que eu não conhecia deram conta do recado, mesmo os atores japoneses fizeram o melhor com o que receberam, e ainda pegaram nomes que estão ficando conhecidos como Zachary Levi (uma vez confundi com Zachary Quinto e quando notei meu erro fiquei bem triste), Rya Kihlstedt, Clé Bennett e Eve Harlow. Mesmo não tendo os atores do Peter e Nathan Petrelli, nem o de Sylar, nem mesmo a atriz de Clare Bennet, foi um elenco bem feito e que os roteiristas conseguiram dar certo sem peças que teriam ajudado bastante.
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-Marketing
Isso também conta. O marketing e propaganda foram bem feitos. No letreiro da Time Square aparecia lá Heroes Reborn com uma promessa de algo que você gostou muito estava voltando e seria muito bom. A primeira propaganda foi com um comercial nas Olimpíadas de Inverno. O trailer foi sensacional. Aqui em SP tinha uma propaganda de Heroes em cada ponto de ônibus com aqueles telões. E era necessário, Heroes tinha acabado em 2010, era necessário não só conquistar um novo público como também reconquistar o antigo.

Mas como podemos ver Heroes Reborn não seguirá em frente. E estou até que triste, porque apesar de tudo, tinha muita coisa legal e com bastante potencial e se bem escrito daria muito sucesso, não sei dizer se seria como em Heroes que usaram do Peter Petrelli e do Sylar até não ter mais nada e personagens descartáveis e tramas chatas, mas como eu disse, potencial. Mas agora que Heroes acabou de vez, acho melhor que seja de vez mesmo. Melhor deixar que descanse em paz de uma vez, descansar em paz como merece.

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